ATA DA PRIMEIRA SESSÃO
ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 18-02-2002.
Aos dezoito dias do mês de fevereiro do
ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos,
foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir
Oliboni, Beto Moesch, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo
de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
José Fortunati, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei,
Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e
Sebastião Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell,
Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Cassiá Carpes, Carlos Alberto Garcia,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro,
Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo
Vereador Beto Moesch, o Projeto de Resolução nº 046/02 (Processo nº 0454/02);
pela Vereadora Clênia Maranhão, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Dr.
Goulart, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador Fernando Záchia, 03 Pedidos
de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 01 Pedido de Providências;
pelo Vereador Luiz Braz, 04 Pedidos de Providências; pelo Vereador Paulo Brum,
02 Pedidos de Providências e a Indicação nº 001/02 (Processo nº 0137/02); pelo
Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei do Legislativo nº 003/02 (Processo nº
0016/02); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 04 Pedidos de Providências e os
Pedidos de Informações nºs 026 e 027/02 (Processos nºs 0555 e 0556/02,
respectivamente); pelo Vereador Sebastião Melo, 01 Pedido de Providências, os
Pedidos de Informações nºs 028, 029 e 030/02 (Processos nºs 0587, 0588 e
0589/02), o Projeto de Lei do Legislativo nº 016/02 (Processo nº 0417/02) e o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/02 (Processo nº 0360/02);
pelo Vereador Valdir Caetano, 03 Pedidos de Providências e o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 002/02 (Processo nº 0372/02). Na ocasião, foi
apregoado documento firmado pelo Vereador Nereu D'Avila, comunicando que a
Liderança do Partido Democrático Trabalhista - PDT - passou a ser exercida pelo
Vereador Isaac Ainhorn a partir do dia quinze de fevereiro do corrente. Do
EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 066/02, do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre; 098/02, do Senhor César Pureza, Presidente do Sindicato dos
Municipários de Porto Alegre – SIMPA. A seguir, foi aprovado Requerimento
verbal de autoria do Vereador Nereu D'Avila, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado
a assinalar o transcurso do septuagésimo quinto aniversário da Rádio Gaúcha,
nos termos do Requerimento nº 019/02 (Processo nº 0559/02), de autoria do
Vereador Nereu D'Avila. Compuseram a Mesa: o Vereador José Fortunati, Presidente
da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Nelson Sirotsky, Presidente da
Rede Brasil Sul – RBS, o Senhor Geraldo Correa, Vice-Presidente da Rede Brasil
Sul – RBS; o Senhor Armindo Ranzolin, Diretor da Rádio Gaúcha; o Senhor Ercy
Torma, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa – ARI; o Senhor Arthur
Dallegrave, representante do Sport Club Internacional; o Coronel Nelsohomer da
Rocha, representante do Comando-Geral da Brigada Militar. Em GRANDE EXPEDIENTE,
o Vereador Nereu D'Avila, historiando a fundação e o desenvolvimento da Rede
Brasil Sul - RBS, traçou um paralelo entre os avanços tecnológicos do rádio
como meio de comunicação e a evolução da Rádio Gaúcha como empresa de
radiodifusão. Também, comentou sobre a primeira transmissão internacional de
uma partida de futebol por uma emissora gaúcha, ocorrida na Cidade de
Montevidéu, no Uruguai. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a
presença de integrantes dos Coletivos de Trabalho do Campo da Tuca, que
integram o Programa da Secretaria Estadual do Trabalho, Cidadania e Assistência
Social, em parceria com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU,
Força Sindical, Comitê do Campo da Tuca e Associação de Moradores do Campo da
Tuca, presentes a este Legislativo para participarem do Projeto de Educação
Política desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o
Vereador Haroldo de Souza, discorrendo acerca da importância da radiodifusão
para os brasileiros e na vida profissional de Sua Excelência, destacou o papel
desempenhado pelos Senhores Maurício Sirotsky Sobrinho e Armindo Ranzolin na
direção da Rádio Gaúcha. Também, parabenizou a emissora e o seu quadro
funcional pela passagem de seus setenta e cinco anos de fundação. O Vereador
Estilac Xavier citou alguns acontecimentos políticos ocorridos no século vinte,
salientando a importância da Rádio Gaúcha na formação política da sociedade
porto-alegrense, bem como sua contribuição na divulgação dos trabalhos
desempenhados pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Também, congratulou
dirigentes e funcionários pelo septuagésimo quinto aniversário da entidade. O
Vereador Fernando Záchia, reportando-se ao pronunciamento do Vereador Nereu
D'Avila, comparou os trabalhos desempenhados pela Rádio Gaúcha com os
realizados pela Câmara Municipal de Porto Alegre, no que se refere à
conscientização política e social da população rio-grandense. Também, teceu
considerações sobre o trabalho realizado pela Diretoria da entidade ao longo
dos setenta e cinco anos de funcionamento da emissora. O Vereador Pedro Américo
Leal, reportando-se ao trabalho desenvolvido pela Rede Brasil Sul – RBS, saudou
a Rádio Gaúcha pelo transcurso de seu aniversário e pela qualidade de sua
programação. Também, explanando a respeito da participação de Sua Excelência em
diversos debates promovidos pela emissora, mencionou diversos profissionais da
comunicação que cumprem suas atividades profissionais na Rádio homenageada. O
Vereador Raul Carrion, chamando a atenção para o caráter pioneiro da Rádio
Gaúcha, no que tange à tecnologia e ao nível de sua programação, parabenizou
seus diretores e funcionários pelo trabalho desempenhado nos últimos setenta e
cinco anos. Também, discorreu sobre a extensão da transmissão da programação da
"Rede Gaúcha Sat" a outros Estados brasileiros, destacando o empenho
dessa entidade em valorizar o Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Reginaldo
Pujol, em nome das Bancadas do Partido da Frente Liberal e do Partido Social
Liberal, discorreu sobre as motivos que levaram Sua Excelência a participar da
presente solenidade, alusiva ao transcurso do septuagésimo quinto aniversário
da Rádio Gaúcha, chamando a atenção para a qualidade das transmissões
radiofônicas executadas pela mesma e destacando os valorosos serviços prestados
pela Rádio ao longo de sua existência. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Carlos Alberto Garcia, falando também em nome da Bancada do Partido Liberal,
externou a satisfação da comunidade porto-alegrense em acompanhar o
desenvolvimento da Rádio Gaúcha durante os seus setenta e cinco anos de
atividades de radiodifusão. Ainda, mencionou a diversidade cultural dos
programas veiculados pela emissora, enfatizando a integração com a comunidade
gaúcha. O Vereador Antonio Hohlfeldt, discursando sobre a evolução do rádio nas
últimas décadas, ressaltou a atuação da Rádio Gaúcha no que diz respeito ao
pioneirismo em utilizar novas tecnologias, beneficiando o sistema de radioemissão
no Estado e no País. Nesse sentido, sublinhou a disposição da emissora em levar
ao público rio-grandense informações atualizadas e saudou os comunicadores que
trabalham nessa instituição. O Vereador Cassiá Carpes, homenageando a Rádio
Gaúcha pela passagem de seus setenta e cinco anos de fundação, referiu-se à
participação de Sua Excelência na Copa do Mundo de mil novecentos e noventa e
oito como comentarista esportivo contratado pela emissora. Também, aludiu à
importância da instituição como divulgadora de ações em defesa dos princípios
democráticos que orientam a programação da mesma. A Vereadora Clênia Maranhão parabenizou
o Vereador Nereu D’Avila pela iniciativa de propor a presente homenagem,
reportando-se à aprovação unânime do Requerimento que destinou este período
para assinalar o septuagésimo quinto aniversário da Rádio Gaúcha. Ainda,
enfocou as principais características que propiciaram o sucesso alcançado pela
entidade desde o início de suas transmissões radiofônicas, há setenta e cinco
anos. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Nelson Sirotsky
que, em nome da Rádio Gaúcha, agradeceu a homenagem hoje prestada por este
Legislativo aos setenta e cinco anos de existência dessa emissora. Às dezesseis
horas e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às dezesseis horas e doze minutos, constatada a existência de quórum.
Na ocasião, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se acerca dos trabalhos da
presente Sessão. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Juarez Pinheiro comentou
dados relativos aos recursos financeiros destinados pelo Governo Federal para o
pagamento da dívida externa brasileira, em detrimento de políticas públicas
voltadas para a área social do País. Nesse sentido, traçou um paralelo entre os
problemas econômicos enfrentados pela Argentina e o modelo sócioeconômico
adotado pelo Brasil, contrapondo-se à atuação do Fundo Monetário Internacional
- FMI - na América Latina. A Vereadora Maristela Maffei mencionou o trabalho
desenvolvido pelos Senhores Vereadores durante o período de recesso
parlamentar. Também, referiu-se à homenagem hoje prestada à Rádio Gaúcha,
externou sua satisfação em ser eleita Presidenta da Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação deste Legislativo e manifestou-se sobre os problemas verificados
durante os desfiles de Carnaval de Porto Alegre. O Vereador Nereu D'Avila
discorreu sobre a edição de termo aditivo contratual entre o Departamento
Municipal de Limpeza Urbana - DMLU e a Cooperativa de Trabalho dos
Trabalhadores Autônomos das Vilas de Porto Alegre - COOTRAVIPA, que prevê a
contratação de funcionários para a limpeza de monumentos que sofreram pichações,
reportando-se à vigência da Lei Complementar Municipal nº 471/02, que
caracteriza como infração tal comportamento e que, no entender de Sua Excelência,
dispensaria a contratação de novos funcionários. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Nereu D'Avila, dando continuidade ao pronunciamento efetuado por Sua
Excelência em Grande Expediente, afirmou ser desnecessária a realização de
aditamento contratual entre o DMLU e a COOTRAVIPA, para a contratação de
funcionários para a limpeza de patrimônio público que sofreu pichações,
salientando a vigência de legislação municipal que prevê a responsabilização
dos praticantes dessa conduta, bem como a reparação dos danos produzidos. O
Vereador João Antonio Dib analisou as conseqüências da utilização do período de
Grande Expediente para a realização de solenidades. Também, comentou as
atitudes tomadas por Sua Excelência quando exerceu o cargo de Prefeito Municipal
de Porto Alegre, no sentido de coibir a prática de pichações na Cidade e analisou
Decretos emitidos pelo Executivo Municipal, que alteraram a destinação de
verbas públicas previstas no Orçamento Anual do Município. O Vereador Sebastião
Melo, reportando-se à Ação Cautelar de Exibição Judicial de Documentos proposta
por Sua Excelência, com o objetivo de ter acesso aos documentos relativos aos
gastos realizados pela Prefeitura Municipal com o Fórum Social Mundial 2002,
informou que ingressará com Ação Popular, buscando o ressarcimento, em favor do
erário municipal, das referidas despesas. Também, manifestou-se sobre o
contrato de prestação de serviços de coleta domiciliar de lixo firmado entre a
Prefeitura Municipal e a Empresa Coletora de Resíduos Limitada - CORES. O Vereador
Estilac Xavier contraditou o pronunciamento efetuado pelo Vereador Sebastião
Melo, no que se refere aos gastos praticados pela Prefeitura Municipal de Porto
Alegre no Fórum Social Mundial 2002. Ainda, examinou aspectos atinentes à
instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - instituída na Casa para
averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação -
DEMHAB. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson abordou dados atinentes ao
Requerimento nº 021/02 (Processo nº 0609/02 - Requer a constituição de Comissão
Externa para apurar irregularidades ocorridas durante o Carnaval de dois mil e
dois em Porto Alegre), de autoria de Sua Excelência. Também, abordou os
trabalhos realizados por este Legislativo, no sentido de escolher um local para
a instalação de uma pista de eventos em Porto Alegre e a realização do Fórum
Social Mundial 2002. Às dezessete horas e dezessete minutos, constatada a
inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José
Fortunati, Reginaldo Pujol e Helena Bonumá e secretariados pela Vereadora
Helena Bonumá. Do que eu, Helena Bonumá, 1ª Secretária, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e assinada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para um Requerimento.
O SR. NEREU D’AVILA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a V. Ex.ª, com a
anuência do Plenário, tendo em vista que está prevista, hoje, no período do
Grande Expediente, homenagem aos 75 anos da Rádio Gaúcha e como os nossos
ilustres convidados, para honra nossa, já estão sentados à mesa dos trabalhos,
que seja antecipado o período do Grande Expediente, para que, imediatamente,
comecemos a homenagem.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o Requerimento do Ver. Nereu
D’Avila solicitando que seja antecipado o período do Grande Expediente do dia
de hoje. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Antecipamos,
então, o período de
Hoje
destinado a homenagear os 75 anos da Rádio Gaúcha, anunciando as seguintes
presenças: Sr. Presidente da RBS, Dr. Nelson Sirotsky; Sr. Vice-Presidente da
RBS, Dr. Geraldo Corrêa; Sr. Diretor da Rádio Gaúcha, Jornalista Armindo
Ranzolin; Sr. Presidente da Associação Riograndense de Imprensa, Jornalista
Ercy Torma; Dr. Arthur Dallegrave, representante do Sport Club Internacional;
Sr. representante do Comando-Geral da Brigada Militar, Cel. Nelsohomer da
Rocha. Demais autoridades, senhores jornalistas e funcionários da RBS, senhoras
e senhores, gostaria de, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, dizer da
nossa imensa satisfação em recebermos a direção e funcionários da Rádio Gaúcha
que, ao completar seus vigorosos 75 anos de intensa atividade, tem dado
mostras, ao longo desse período, de como é importante a rádio entre nós.
A
Rádio Gaúcha tem sido um baluarte na defesa da democracia, da liberdade de
expressão e da liberdade de comunicação. É impossível pensarmos a história da
luta pela liberdade, da luta pela liberdade de expressão, sem que, de forma
muito vigorosa, façamos uma referência à Rádio Gaúcha, que, ao longo dos seus
75 anos, tem marcado a história do Rio Grande do Sul e a história do Brasil,
sempre estando presente nos grandes acontecimentos, em solo gaúcho, em solo
pátrio, como também fazendo cobertura dos grandes acontecimentos que interessam
ao nosso País, e que acontecem em outros países, em outras localidades. Tem
atuado muito na área esportiva, com a transmissão das copas do mundo, com o
acompanhamento do glorioso Grêmio Foot-ball Porto-Alegrense, através da nossa
Libertadores, com a presença do co-irmão Sport Club Internacional, com o
acompanhamento dos nossos campeonatos gaúchos, tão aguerridos e fantásticos,
com uma cobertura jornalística impressionante, que se faz em todos os cantos
deste planeta. Tivemos, há pouco, uma transmissão que muito nos comoveu,
refiro-me ao marcante dia 11 de setembro, quando tivemos, certamente, a estréia
de um repórter que, a partir de Nova Iorque, nos colocava a par dos
acontecimentos naquele dia tão triste e pesado, não somente para os
nova-iorquinos, mas, certamente, para todos que acompanharam os incidentes lá
acontecidos.
A
Rádio Gaúcha, ao longo dos seus 75 anos, tem sempre dado mostras de vitalidade,
de modernidade e, claramente, hoje, se coloca como uma das grandes emissoras de
rádio, não somente do nosso Estado, não somente do nosso País, mas é um
baluarte das emissoras de rádio do mundo inteiro.
Tenho
certeza, meu caro Nelson Sirotsky, Presidente da RBS, de que a Rádio Gaúcha, ao
completar 75 anos, é um exemplo vivo de como se faz rádio e de como o debate
profícuo e a informação plural devem ser levados a todos os gaúchos e
brasileiros.
Quero
cumprimentar, de forma muito especial e carinhosa, o Armindo Antônio Ranzolin,
que, neste período, tem coordenado e dirigido essa tão importante emissora.
Naturalmente, quero cumprimentar, também, toda a Direção da RBS, especialmente
os funcionários da Rádio Gaúcha, que, com muito brilho, muita garra e muita
emoção, têm feito com que todos nós olhemos a Rádio Gaúcha como o grande
baluarte da luta pela democracia, da luta pela liberdade de expressão. A todos
vocês, à Direção da RBS, à Direção da Rádio Gaúcha e aos seus funcionários, em
nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, eu gostaria de manifestar meus
cumprimentos pelo excelente trabalho que tem sido levado a efeito.
O
Ver. Nereu D’Avila, proponente deste Grande Expediente, está com a palavra.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) A Rádio Gaúcha praticamente acompanhou dois avanços fantásticos que
ocorreram ao longo do tempo, desde a criação do rádio. O rádio foi inventado,
surgiu, no fim do século XIX, 1893. A Rádio Gaúcha teve o seu início no século
XX, em 1927, tanto que agora, dia 8 de fevereiro, completou exatamente 75 anos.
A tecnologia da comunicação do rádio e da Rádio Gaúcha correram paralelas como
trilhos de trem. Por exemplo, temos a lembrança do rádio antigo, à válvula -
com seu zumbido, com seu chiado -, depois com transistor e, finalmente, temos o
satélite e a Internet. Também podemos observar que a Rádio Gaúcha teve o que eu
definiria como as suas três principais fases: a primeira delas desde a sua
fundação, em 1927, até 1957, quando Maurício Sirotsky Sobrinho assume a direção
com dois outros diretores e ali inicia o embrião da futura RBS. Veio a segunda
fase. E, finalmente, a terceira fase, a partir de 1978, quando a Rádio - desde
1928 - de 50 watts aumenta para 1 quilowatt e tem a primeira antena no Bairro
Moinhos de Vento. Foi uma antena de madeira e foi um sucesso na Cidade. Ela, 58
anos depois do seu 1 quilowatt – l.º quilowatt -, em 1928, em 1978 conquista o
seu 100 quilowatts. Tornou-se o canhão do Rio Grande. Depois, via Internet, via
satélite, tornou-se o canhão hoje mundialmente conhecido.
Então,
desde o seu pioneirismo – foi a segunda rádio no Estado -, em 1949, Cândido
Norberto, que ainda está conosco, ainda está na constelação maravilhosa das
celebridades dos nomes fantásticos, das estrelas da RBS e da Rádio Gaúcha, fez
a primeira transmissão internacional. Foi a primeira rádio a transmitir fora do
Brasil, para regozijo dos gremistas – entre os quais eu não me incluo -;
transmitiu de Montevidéu, no Estádio Centenário, 3 para o Grêmio, 2 para o
Nacional. Isso em 1949. Depois, em 1957, Maurício Sirotsky Sobrinho, com dois
sócios, na época, assumiu a direção da Rádio. E aí, vinte e um anos depois, em
1978, e cinqüenta anos depois de 1928, de 1 quilowatt, passou para 100
quilowatts, fazendo uma ampliação fantástica e que resultou, finalmente, na
década de 90, na construção da maior torre, em Guaíba, de 230 metros, que
orgulha a todos nós gaúchos.
Mas
uma data também que marca a trajetória fantástica desses 75 anos é, exatamente,
1983, um ano antes de Armindo Ranzolin ser o Diretor, fazer parte dos quadros
da RBS e da Rádio Gaúcha. Em 1983, ela, já sob o comando de Maurício Sirotsky
Sobrinho, faz a sua formatação e adota o seu perfil atual, talking and news ou seja, diálogo e notícias e informações. E ali
também, em 1983, surge o famoso slogan:
“A Fonte da Informação”. Depois, naturalmente, em 1994, na transmissão da Copa
do Mundo, já via satélite, depois, em outras copas, o audiodigital e a
Internet. Como eu disse, desde a válvula, o transistor, o satélite e a
Internet, a Rádio Gaúcha, também, primeiro, com uma modesta torre de madeira
com 50 watts, depois 1 quilowatt, depois com transmissões internacionais, foi
aumentada a sua potência, finalmente transformando-se pelo audiodigital, como
nas últimas copas, num som perfeito. E aquilo que é fundamental para nós outros
todos, ouvintes e população em geral, que é a fonte da informação, tomando uma
decisão drástica e que surpreendeu os meios radiofônicos e midiáticos do País,
optando, em vez da música, por informações, notícias e também esporte;
caracterização forte no esporte, o que se traduz hoje num programa já
homenageado aqui, nos seus dez anos – que é escuta obrigatória –: o Sala de Redação. Há ainda outros do esporte da Rádio Gaúcha: aqui está o
Ernesto Denardin, Chefe do Departamento de Esporte, que também nos honra com a
sua presença e o próprio Marsiglia, que participa também do Sala de Redação.
Eu
também tomo a liberdade, Ranzolin, Nelson Sirotsky, Vice-Presidente, de
homenagear também hoje, nestes 75 anos, um amigo pessoal e colega deste
Vereador, cujo filho está hoje na direção do Departamento de Notícias. Tomei a
liberdade de convidar pessoalmente André Machado, que está aí, para homenagear
também o nosso grande companheiro, desaparecido há pouco tempo, Dilamar
Machado, que, durante muitos anos, pelo microfone da Gaúcha, honrou as tradições
radiofônicas deste Estado e nos deixou saudosos da sua presença, inclusive
neste Plenário, como brilhante Vereador.
Eu
sei que a grandeza das empresas, a grandeza das organizações não se enfoca,
embora numa liderança forte de Maurício Sirotsky Sobrinho, a partir de 1957. Tu
mesmo disseste, Nelson, em artigo na Zero
Hora, a respeito dos 75 anos, que aprendeste, primeiro, no embrião da RBS.
O primeiro contato com rádio foi quando tinhas 4 anos, nos shows de auditório, no Cinema Castelo. Tu dizias que tinhas 4 anos;
então, eras uma criança ainda muito pequena, que aprendeu com o próprio pai,
Maurício Sirotsky Sobrinho. Porque, antes de a rádio transformar-se em talk and the news, ou seja, em diálogo e
notícias, ela tinha radionovelas e programas de auditório, que também eram de
grande audiência, como esse do Cinema Castelo, que projetou artistas
nacionalmente como Elis Regina, por exemplo.
Então,
a história da Rádio Gaúcha é recheada da própria história do Rio Grande, do
próprio desenvolvimento do Rio Grande, no seu mundo artístico, esportivo,
social. Nesses 75 anos - Cândido escreveu em seu artigo dizendo que não eram
75, mas três vezes 25 -, nesses três vezes 25 anos, a Câmara, como também
representante da sociedade porto-alegrense, na sua mais ampla liberdade de
colocar aqui trinta e três representantes de treze partidos...
Aliás,
o Jornalista João Bosco Vaz, que não poderá fazer uso da palavra por questões
regimentais, presta homenagem, através da minha Liderança, a Rádio Gaúcha,
assim como outras Bancadas falarão por outros Vereadores.
Por
isso, apesar de o Vice-Presidente da RBS, Dr. Jaime Sirotsky, ter dito, certa
feita, que seria bom que só fossem comemoradas as datas redondas, como os 70,
80 anos, ousei quebrar essa proposta do ilustre Vice-Presidente da RBS para que
os 75 anos também fossem comemorados, já que também representam a cidade de
Porto Alegre. Muitos do interior do Estado gostariam de aqui estar, porque se
irmanam a Rádio Gaúcha quando fazem a sua cadeia de rádios do interior para
transmissões internacionais de grande monta, como foi a reportagem feita pelo
próprio Presidente da RBS, transformando-se em repórter quando do infausto
acontecimento do World Trade Center, em Nova Iorque. Por sorte ou por destino,
a Rádio Gaúcha esteve presente através do seu próprio Presidente, Nelson
Sirotsky Sobrinho, que, aliás, saiu-se muito bem como repórter.
A
nossa saudação a todos os funcionários, a todos os que, de uma maneira ou
outra, trabalham nas diversas áreas e na nossa área política. Todos somos
testemunhas do carinho que todos os jornalistas têm ao colher as informações.
Não falo só na área política, como na área cultural, na área esportiva, enfim,
em todas as áreas.
Por
isso, a todos vocês da Direção Geral da RBS, da qual faz parte a Rádio Gaúcha,
ao Diretor da Rádio Gaúcha, Armindo Ranzolin, ao Vice-Presidente e a todos os
colaboradores que, sem serem funcionários, participam, os nossos parabéns. E
nós, os ouvintes, também, estamos todos homenageados nesses gloriosos 75 anos
da Rádio Gaúcha de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Antes de passar a palavra ao próximo
orador, damos as boas-vindas aos Coletivos de Trabalho do Campo da Tuca, que fazem
parte do programa da Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social do Estado em parceria com o
Departamento Municipal de Limpeza Urbana, Força Sindical, Comitê do Campo da
Tuca e Associação de Moradores do Campo da Tuca. Temos entre nós cinqüenta
moradores, que nos visitam dentro de uma atividade que faz parte do Projeto de
Educação Política que o Memorial desenvolve junto a escolas e entidades da
Capital e da Grande Porto Alegre. A todos vocês as nossas boas-vindas.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
presentes, amigos e amigas do Canal 16, ouvintes da Rádio Gaúcha de Porto
Alegre, a grande Rádio Gaúcha, Nelson Sirotsky, Geraldo Corrêa, Armindo
Ranzolin, Nereu D’Avila, Ercy Torma, enfim, todos os que acompanham esta
homenagem. Falar da Rádio Gaúcha é voltar para o passado. Falar dos seus 75
anos de vida é dizer do orgulho que tenho, orgulho de, durante dezessete anos
ininterruptos, ter defendido esse prefixo. Vindo de Minas, indicado pelo
cidadão Paulo Sant’Ana, que hoje não está aqui presente não sei por que motivo,
com o aval do Nelson Sirotsky, tive a oportunidade, e agarrei com as duas mãos,
de passar a conviver com o povo do Rio Grande do Sul. Esse foi um presente que
eu jamais vou esquecer. Foi por intermédio da Gaúcha que hoje eu sou um gaúcho
como se filho da terra fosse. Vivi momentos de intensas dificuldades na
empresa, que buscou, na figura do saudoso e inigualável dirigente de rádio, o
Sr. Maurício Sirotsky Sobrinho, o reerguimento da Rádio Gaúcha. Corria o ano de
1974, e a Rádio Guaíba estava a todo o vapor, no fantástico gigante da
comunicação que sempre foi a Companhia Jornalística Caldas Júnior. Era uma
briga de foice no escuro. A Guaíba detinha, no seu meio, os grandes nomes da
comunicação gaúcha, junto com o Nelson, com o Sant’Ana, com o Pedrinho
Sirotsky, com Osvaldo Rolla, o saudoso Foguinho - ele era nosso comentarista e
batia de frente com o Lauro e o Ostermann, vejam que briga ruim! Havia o
Cláudio Britto; o fantástico Holmes Aquino, que não o vi aqui presente; o
Marcos Disvoski e depois o Ruy Carlos Ostermann, que foi a “gota-d’gua” que
faltava para desencadear igualdade na briga desses dois gigantes do rádio: a
Rádio Guaíba e a Rádio Gaúcha. A cada conquista na época, e lá estava o Nelson
Sirotsky vibrando conosco como se fosse um simples integrante da equipe, como
se fosse um simples funcionário, e não o Diretor da Rádio, mas um homem da
comunicação devidamente afinado com a sua equipe, como eu penso que ele é assim
até hoje. A Rádio Gaúcha cresceu mercê de um trabalho de autênticos guerreiros
e hoje é, sem sombra de dúvida, um dos maiores prefixos radiofônicos deste
País. E o meu orgulho reside exatamente aí, por haver participado de forma
muito ativa, do meu jeito, meio loucão, Sr. Nelson Sirotsky, da construção da
fabulosa audiência que a emissora tem ao completar os seus 75 anos de brilho.
Ela possui essa audiência em todo o Brasil e busca, cada vez mais, expandir os
seus tentáculos, em nome do rádio do nosso Estado, em nível nacional. Feitos em
cima de feitos é assim a vida da Rádio Gaúcha. A semente chamada Maurício
Sirotsky Sobrinho continua germinando e dando flores e frutos no mundo da
comunicação.
Se
hoje eu estou aqui, começando a minha carreira como bom ou mau político, a
Gaúcha tem uma parcela de responsabilidade, porque foi nessa Rádio que comecei
a ganhar as minhas primeiras amizades na Cidade e no Estado. Por isso, até peço
aqui, publicamente, aproveitando a oportunidade, aos ex-chefes Nelson e
Ranzolin, que fiscalizem mais o meu trabalho aqui e, se for preciso também,
peço que “dêem uma colherzinha de chá” um pouquinho mais.
Ao cumprimentar a minha Gaúcha de 17 anos de minha vida,
cumprimento o Sr. Armindo Antônio Ranzolin pelo seu comando na Rádio, pela sua
modernidade e pela sua preocupação constante de estar junto aos fatos que fazem
a vida do nosso Estado e do nosso País no campo da informação do dia-a-dia.
Quando o Nereu pediu este espaço para homenagear a Rádio Gaúcha eu vibrei,
porque teria a oportunidade de dizer, publicamente, o quanto gosto dessa Rádio:
como profissional, pelo tempo que passei lá - durante 17 anos de minha vida eu
me dediquei a esse prefixo e tenho muito orgulho disso - e com o reconhecimento
agora de um cidadão comum, que hoje, servindo a mais uma Casa na sociedade do
Rio Grande do Sul, quer representar o povo da cidade de Porto Alegre com uma
das cadeiras desta Casa parlamentar. Alguém disse um dia que brasileiro não
vive sem rádio, e essa não é uma frase de agora, é uma colocação antiga, não
pertence a nenhum homem da atual geração de radialistas, como se diz por aí:
“brasileiro não vive sem rádio”. Eu sou um desses brasileiros que formam no
mundo daqueles que não vivem sem rádio: eu curto rádio, eu escuto o rádio, eu
vivo o rádio e sempre procuro estar atento a todos os movimentos deste
fantástico órgão de comunicação que é o rádio. Por isso eu me sinto em
condições, sim, de cumprimentar o gigante como é este de 75 anos de existência,
a Rádio Gaúcha.
Neste microfone que foi uma grande paixão da minha vida, eu
vivi momentos de intensas emoções no mundo do futebol: a emoção daquele domingo
de um dezembro da vida, em que o Internacional, querido Dallegrave, conquistou
o primeiro título de verdade para o Rio Grande do Sul, com aquela cabeçada
mortífera - que mortífera!, de leve! - do Figueroa, mas foi, o que vale é
entrar; e aquela madrugada aqui, Sr. Nelson Sirotsky, começo de tarde lá no
Japão, em que o Grêmio escreveu o seu nome no grupo seleto dos campeões do
Mundo. O microfone que eu tinha nas mãos era o da Gaúcha.
Por saber amar e respeitar as minhas paixões é que eu saúdo
com alegria do fundo do peito este aniversário da Rádio Gaúcha, um amor do
passado e que me ensina cada vez mais a amar outros pedaços do rádio, tão
importantes tanto quanto é a do aniversariante de 75 anos, que é a Rádio
Gaúcha. Hoje defendo outro prefixo, uma nova paixão, mas eu não esqueço dos
meus amores antigos. Grande Rádio Gaúcha, parabéns e obrigado pelos
ensinamentos de 17 anos da minha vida. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José
Fortunati): O Ver.
Estilac Xavier está com a palavra por cessão de tempo do Ver. Marcelo Danéris,
em Grande Expediente.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Sr.as e Senhores
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ocupo o espaço
de Grande Expediente nesta homenagem justa, e requerida pelo nobre colega Ver.
Nereu D’Avila, no transcurso dos 75 anos da Rádio Gaúcha. Faço isso em nome da
minha Bancada e com a satisfação de dizer, neste breve tempo, que a rádio é um
elemento civilizatório; mesmo a alta tecnologia das transmissões televisivas,
mesmo as informações feitas pelo cyberespaço
da informática não conseguem tirar a virtude e a vivacidade de um programa e a
rapidez com que o meio rádio fornece na vida e no cotidiano das comunidades. A
Rádio Gaúcha, nesses 75 anos, que se molda com a própria história do Rio Grande
do Sul, recordo que ainda há pouco os jornais de toda a nacionalidade marcavam
que em 1922 se inaugurava uma nova forma de verificação da arte, com a Semana
da Arte Moderna. Logo depois surge a Rádio Gaúcha. E a Rádio Gaúcha passa por
um processo que, se me permitem, quero dar esse enfoque nesse breve tempo de
que disponho, em que se coloca a história do Brasil. Primeiro, com a revolução
modernizadora de 30, em que o país ruma para um processo de instauração do seu
Estado. Segundo, quando nós, aqui, presenciamos as perdas das liberdades
democráticas, e quando o mundo se convulsiona, na II Guerra Mundial, e meio que
se soma ao próprio período do Estado Novo. Depois, quando vem a
redemocratização; depois, quando tivemos o embate, aqui no Rio Grande do Sul,
pela legalidade e após, então, o Presidente João Goulart. Mais recentemente
tivemos os tempos duros do Regime Militar de 1964, findo, depois, com as
eleições diretas, e o próprio processo de movimento da cidadania, que queria um
Estado sob controle e transparência, com o impeachment
de Fernando Collor. A Rádio Gaúcha conviveu com esse processo todo, e falo dele
como uma das ênfases, sem descurar de qualquer outra, que, certamente, vários
dos nobres Vereadores poderão usar nesta tribuna. E é possível afirmar que
nesse processo das comunicações está, de fato, a própria essência da democracia.
A informação e a capacidade de o cidadão formar seu juízo sobre a política,
sobre os agentes públicos, sobre a realidade, sobre a economia, sobre a
cultura. Vejam os senhores o quão importante tem sido a cobertura que é dada
para o trabalho desta Câmara, muitas vezes restrito à fenomenologia da política
que é um dos aspectos essenciais da atividade política, mas, às vezes, não é o
mais importante. Os analistas, os cronistas, aqueles que conseguem perseguir os
fatos que estão por trás da tribuna e da própria tela são capazes de evidenciar
os movimentos reais e concretos que ocorrem nesta disputa e nesta arena
democrática que se chama Casa Legislativa Municipal. E por isso estamos
convencidos que o processo de democratização e o processo de aperfeiçoamento da
democracia só podem ser feitos com a ampla possibilidade de informação e esta
se dá pelos meios de comunicação, pela livre manifestação do pensamento, pela
não-censura prévia, pela liberdade de organização, pela liberdade partidária. E
eu até me atrevo aqui, de forma rápida, a falar um pouco sobre Boaventura Souza
dos Santos, nosso ilustre sociólogo, que visitou e ilustrou as nossas vidas no
espaço do Fórum Social Mundial, quando ele falava que a democracia está hoje
dividida em duas grandes partes: a democracia com baixa densidade e a
democracia com alta intensidade. A democracia de baixa intensidade é aquela que
não tem acesso à justiça, não se tem acesso à informação, não se tem acesso aos
bens materiais. E nós somos responsáveis. A Rádio Gaúcha e todos os meios de
comunicação são responsáveis pela formação daquilo que Boaventura chama de uma
democracia de alta intensidade, onde se tem acesso à justiça; onde se tem
acesso aos bens materiais e espirituais da humanidade. As rádios - neste caso
em particular a Rádio Gaúcha - participam desse processo.
Por
isso, quando nós cumprimentamos aqui os funcionários, o empreendedor, seu
Presidente Nelson Sirostky, em particular o Presidente da Rádio Gaúcha, Armindo
Antonio Ranzolin, estamos aqui externando uma convicção de que é possível sim
se aprofundar a democracia e que para isso é preciso muito mais haver
informação com muito mais qualidade igual àquela que o seu empreendimento
produz para a cidade de Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul. Tenho a
convicção de que neste caminho nós estamos juntos. E tenho a convicção que, se
na democracia existem problemas, eles só podem ser respondidos com mais
democracia, que é a única solução. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Fernando Záchia está com a
palavra, em Grande Expediente, pelo tempo que lhe cede o Ver. Paulo Brum.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Quando o Ver. Nereu D’Avila referia
e historiava sobre os 75 anos da Rádio Gaúcha, da sua inserção na sociedade
porto-alegrense, na sociedade gaúcha, eu fazia uma reflexão, Ver. Nereu
D’Avila, entre a semelhança que tem a Rádio Gaúcha com a Câmara Municipal.
Quando
o Ver. Paulo Brum, gentilmente, me cedia o seu tempo, já que estava inscrito
pelo PSDB, e eu falo, aqui, também, em nome do Ver. Sebastião Melo, pela
Bancada do PMDB, eu fazia essa relação das semelhanças da Câmara Municipal com
a Rádio Gaúcha. As suas preocupações históricas, a sua relação com a
comunidade; do objetivo de cada vez mais termos a igualdade social, a
consolidação democrática e o crescimento econômico do nosso Estado e da nossa
Cidade.
Isso
tem sido o norte da história da Rádio Gaúcha ao longo dos seus 75 anos, por
mais que ela se desenvolvesse na questão do jornalismo, na questão do esporte,
na questão da economia, mas, principalmente, a relação permanente que tem com a
comunidade, pela agilidade que tem o rádio, pela instantaneidade que o rádio
provoca na sua relação com a Cidade, com o Estado, mas especificamente com a
comunidade.
Nós
Vereadores, quando nos manifestamos no microfone da Rádio Gaúcha, sabemos que
estamos atingindo a globalidade da Cidade, e a cidade de Porto Alegre sabe o
que está sendo realizado, o que está sendo feito na Câmara Municipal por essa
agilidade que o microfone, que a rádio permite.
Então,
eu não queria deixar passar aqui essa homenagem sem a minha manifestação e a do
Ver. Sebastião Melo, pelo PMDB, com a licença e a gentileza do Ver. Paulo Brum,
pois queria dizer da satisfação que temos e que permanentemente lutamos nesta
Casa Legislativa pela consolidação democrática, pelo crescimento da cidade de
Porto Alegre para que nós possamos estabelecer as suas igualdades sociais.
Certamente, Nelson, o seu pai, o Maurício, consolidou o crescimento da Rádio
Gaúcha, e aqui tem que ser registrado, por justiça, que, quando o Maurício
Sirotsky nos deixou, dizia-se que a Rádio Gaúcha ia sentir, evidentemente que
sentiu, pela grandeza, pela capacidade empreendedora do homem, mas a Rádio
Gaúcha de lá para cá cresceu muito, mudou os seus conceitos, atinge a
globalidade do Estado e do País, certamente nas relações profissionais que tu e
o Pedro, o Geraldo e os demais Diretores da RBS e da Rádio Gaúcha têm. A
qualidade, a capacidade do Armindo Ranzolin, de todos os seus funcionários
fizeram com que a imagem e a memória do Maurício ficasse nos nossos corações,
mas na empresa, no crescimento harmônico da empresa, ela teve os seus
substitutos.
Então,
Porto Alegre não poderia deixar de registrar com extrema alegria, com extrema
satisfação o crescimento, os 75 anos desta Rádio no desenvolvimento da nossa
Cidade, do nosso Estado. Parabéns à Direção e principalmente parabéns a todos
os funcionários da Rádio Gaúcha. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra em Grande Expediente.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Setenta e cinco anos de Rádio
Gaúcha. Mantive-me afastado da Câmara, propositadamente. Retirei-me para longe,
para Torres, durante esse recesso, por motivos óbvios que não cabem aqui
abordar. Como dizia Álvaro Moreira: “As amargas não.” A minha Bancada, composta
pelo Ver. João Antonio Dib, João Carlos Nedel e pelo Ver. Beto Moesch,
brindou-me, sem me consultar, para que saudasse no dia de hoje a Rádio Gaúcha
pelos seus 75 anos de existência. Convite ou ordem? Como queiram interpretar,
caiu bem. Pelo que agradeço a minha Bancada. Muito obrigado. Sabiam eles dos
laços que me ligam à RBS de hoje e de antigamente, no tempo do Maurício,
através de trinta e cinco anos de participação em programas contínuos na rádio,
na tevê, no jornal Zero Hora, onde
escrevi durante doze anos na página de Mendes Ribeiro, sempre aos domingos.
Participei de programas de debate em 1969 com sucesso absoluto, não equivalente
a esse corriqueiro No Limite ou o tal
do Big Brother, que deixo de
comentar, a tal ponto que o grande Maurício Sirotsky tomou a batuta de José
Antônio Daudt e, lá pelas tantas, passou a dirigir ele mesmo o programa. Não
sabias disso, talvez, Nelson? Na Rádio Gaúcha encontrei o Nelsinho Sirotsky
ainda em tempo de servir, iniciando e treinando sob o olhar atento de Maurício,
preparando-o para ocupar o lugar que hoje ocupa, onde está na Rede, na
Presidência desse complexo. Vi o Lauro Quadros chegar, sempre apressado, não é?
Vi o Lasier Martins estrear comigo, aliás, no programa A Hora da Verdade. Daí então a intimidade que guardo com a Rádio e
entendi o porquê de os meus colegas lembrarem-se de mim, tão longe.
Com
o Daudt e o Glênio Peres, sob a direção do professor – como todos o chamam –
Ostermann, montamos um programa em horário nobre, naquele tempo, das 11h30min
às 12h30min, abandonado por mim, quase que covardemente, tal a saraivada que
recebia dos dois. Não resisti. Abandonei mesmo, saí da Rádio!
Sabiam
os meus colegas de Bancada, todo o enredo que me prende à Rádio Gaúcha. Lembrei
então de A Hora da Verdade, que o
Sant’Ana também abandonou, deixando eu, a Dercy Furtado, o Mário Ramos e a
Jussara Gauto sem explicações. Coisa de rádio!
Laços profundos, profundos
laços de amizade, de enternecimento, de enlevamento me ligam à RBS de agora,
sequer rede naquele tempo. Jaime Copstein, Mendelsky, José Aldair, Ranzolin -
sempre perguntando: “Como vai o tempo aí, Ana Amélia?”; parece que ele
desconhece diariamente tempo que está em Brasília –, Barrionuevo, Paulo
Sant’Ana, Osiris Marins, Cândido Norberto, os malcriados e irreverentes –
refiro-me ao Sala de Redação – Lasier
Martins, Professor Ostermann desfilam às vezes – e eu os escuto – pelas ondas
da Rádio Gaúcha.
Entendo, pois, a beca
trajada por Wianey Carlet – não sei se ele está por aí -, destoando no Sala de Redação, em respeito ao programa
que iria ao ar na data do aniversário da Rádio.
Evocações,
vivemos de evocações. Boas ou más, mas as vivemos. Maurício tinha preferência
pela Zero Hora. No dia seguinte ao
incêndio de suas oficinas, escrevi um artigo que traduzia o que ia em sua alma:
Casa Cheia! A Zero Hora estava
repleta de visitas; desencontro das coisas que acontecem repentinamente. Como?
Tudo queimado e gente, muita gente praticamente consagrando aquele fato. Não
combinava! Casa Cheia! Era a rádio que no ar dava o sinal de existência, de
vida, acolhida por seu irmão Correio do
Povo - se não me engano -, solidário com o sofrimento que a Gaúcha passava
naquele momento. Se não me engano, o Correio
do Povo teve esse gesto de solidariedade.
As
dificuldades, as dores unem e promovem superações. Cresceu a Rádio, foi além
dos sonhos do Balvé. Venceu os 75 anos, quase a idade daquele que hoje vos
saúda, Rádio Gaúcha! Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Na tarde de hoje estamos fazendo
uma merecida homenagem aos 75 anos desse grande meio de comunicação, que é a
Rádio Gaúcha.
Seria
- depois de tantos oradores brilhantes terem falado - muito difícil acrescentar
ou dizer algo mais. Mas, não podia a Bancada do PC do B deixar de vir
manifestar o seu reconhecimento a esse brilhante trabalho. Gostaríamos de
destacar alguns aspectos desta trajetória. Primeiro, o pioneirismo da Rádio
Gaúcha, em diversos aspectos. Esse pioneirismo no campo técnico é indiscutível.
Já foram apresentados aqui inúmeros exemplos. Mais recentemente, a da
transmissão via satélite, a transmissão por áudio-digital, por ondas curtas,
ondas médias, a construção da maior antena do Brasil, os seus 100 quilowatts,
são elementos que mostram uma rádio que sempre esteve, no campo técnico,
pensando adiante, pensando grande. Mas é também uma Rádio que no campo da sua programação,
na sua maneira de ser, sempre demonstrou audácia e deu passos pioneiros. Nós
podíamos falar, por exemplo, das primeiras transmissões no Rio Grande do Sul -
e talvez pioneiras no Brasil - desde outras cidades e desde outros países;
poderíamos falar em sua programação inovadora: quando as radionovelas surgiram,
imediatamente a Rádio Gaúcha entrou nesse terreno, sabendo ficar à altura dos
grandes meios de comunicação de todo o Brasil. A marca que a Rádio Gaúcha tem
hoje é a de trabalhar fundamentalmente com a palavra. Talvez não se preste
atenção a isso, mas quando se gira o dial,
o mais normal é encontrar música com alguma intervenção noticiosa; e a Rádio
Gaúcha tem uma marca: são 24 horas de palavra; 24 horas das quais 18 são
jornalismo, informação e cultura e 8 horas são de esporte. Poderíamos pensar
que isso fosse algo, talvez, cansativo, algo que saia dos padrões tradicionais,
mas é exatamente essa a marca e a força dessa rádio; nisso, também, a Rádio
Gaúcha é pioneira e inovadora.
Além
desse pioneirismo, creio que outra marca importante da Rádio Gaúcha é a sua
ligação com a terra gaúcha; a compreensão de que o universal parte do, e está
no particular, está no local, está no regional; a valorização do que é o nosso
Estado, do que é a característica da nossa gente. Talvez uma expressão disso
seja a Rede Gaúcha Sat, que hoje se estende por nove Estados, exatamente
naqueles Estados em que os gaúchos abriram novas fronteiras; ao todo são cento
e dezessete emissoras: setenta e uma no Rio Grande do Sul, dezessete em Santa
Catarina, onze no Paraná, cinco no Mato Grosso, duas no Mato Grosso do Sul, e
as outras onze em Rondônia, Acre, Maranhão e Campinas; ali, o
"local", o "regional" está chegando, através da Rádio
Gaúcha, aos gaúchos "espraiados" por todo o nosso Brasil.
Outro
elemento, que já referi rapidamente, e sobre o qual quero deter-me um pouquinho
mais, é a questão da prioridade para palavra, o diálogo, a conversa, a
polêmica, o pensamento; enfim a magia da palavra através da rádio.
Quero
fazer duas ainda, outras referências. Uma, acerca da permanência da Rádio
Gaúcha, mesmo depois que os seus fundadores e os seus grandes nomes - entre
eles Maurício Sirotsky - terem passado. Tivemos grandes impérios da comunicação
- como o foi o império das Emissoras Associadas, de Assis Chateaubriand - que
não sobreviveram ao seu fundador, ao seu grande impulsionador. A Rádio Gaúcha
sobrevive, desenvolve-se, cresce, mostrando que realmente é uma obra coletiva,
é uma construção coletiva.
A
comunicação da humanidade passou por diversos estágios, tivemos a fala, depois
a descoberta da escrita, depois a imprensa, depois a rádio, a TV, a multimídia,
hoje a Internet. Alguns diziam que, a TV sufocaria a rádio, que a multimídia
acabaria com o jornal e com o livro. Acho que a história nos mostrou outra
coisa, e a Rádio Gaúcha é um testemunho vivo disso. Mostra-nos que essas
diversas formas de comunicação não são sucessivas, mas coexistem, e cada uma -
se houver criatividade, se houver capacidade, pioneirismo, audácia - é capaz de
desenvolver-se em convivência com todas as demais, compartilhando e avançando
nesse grande mundo da comunicação, que é, talvez, a grande marca do ser humano,
que é a capacidade de comunicar-se.
Um
grande aniversário para a Rádio Gaúcha, que é um patrimônio não só dos seus
funcionários, dos seus donos, mas é um patrimônio do nosso povo. Muito
obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra em Grande Expediente.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) A coincidência nos coloca no Grande
Expediente desta Sessão memorável para a Câmara Municipal. Não fora isso,
certamente, a minha Bancada, a Bancada do PFL, estaria sendo representada aqui
por um ex-servidor da RBS, esse talentoso profissional, Luiz Braz, que ainda
este mês assumirá a liderança do Partido nesta Casa e que, certamente,
vivenciando a Gaúcha em 1982, teria a sensibilidade mais aguçada para se
manifestar em nome do PFL. Quis a coincidência que eu, provavelmente,
utilizasse este Grande Expediente - pela derradeira vez - como Líder do PFL.
Mas eu o faço com a satisfação redobrada de também falar nesta ocasião em nome
do Partido Social Liberal, por delegação expressa da sua liderança, o Ver.
Almerindo Rosa Filho.
Eu
pensei, Srs. Vereadores, que eu teria a capacidade de improvisar um
pronunciamento em nome do meu Partido e em nome do PSL, tamanhos são os
vínculos que a vida me fez ter com a Gaúcha de Arnaldo Balvé e de Maurício
Sirotsky. A experiência me aconselhou assim não proceder, resolvi alinhar
algumas linhas para que o improviso não me levasse à traição.
Eu,
alertado de que nós vivemos nesta Casa - e eu sou obrigado a reconhecer, sob o
rigor do Regimento que nos estabelece horários, procurarei, objetivamente,
dizer das razões que me trouxeram à tribuna para fazer esta homenagem a nossa
Rádio Gaúcha, quando ela completa 75 anos de fundação. E se consolida como uma
das maiores emissoras de rádio do Brasil, sustentada por meio do seu conteúdo
informativo e por uma tecnologia de ponta, compatível com as maiores redes de
comunicação em nível mundial. Seus canais de distribuição lhe asseguram alcance
e audiência, podendo ser acessada no real áudio e via Internet. Isso tudo no
alcance de uma audiência que pode ser ampliada por 100 quilowatts de potência
e, contando com a mais alta antena do País, o que lhe garante cobertura
nacional com qualidade de recepção. Contribuindo com isso, é transmitida via
satélite pelo canal 300 da Sky, sendo
a primeira emissora M Brasileira a marcar presença em programação fechada. Além
disso, e acima disso, opera em ondas médias de 600 megahertz e ondas curtas em
25, 49 metros. Tudo para poder disponibilizar a sua programação ao maior número
de ouvintes no Estado e no Brasil. Há pouco lembrava o Ver. Raul Carrion que a
Rádio Gaúcha espalha-se especialmente pelo Rio Grande, Santa Catarina, pelo
Paraná, pelo Mato Grosso e atinge também Rondônia, Acre e o Maranhão da
Governadora Roseana Sarney; a nossa cidade de Campinas, lá no interior do
Estado de São Paulo, em uma expressão significativa em que cerca de 22% das
emissoras em operação no Rio Grande do Sul, em número de trezentas e trinta,
são representadas pelas ondas da Rádio Sociedade Gaúcha, como assim teve o seu
nome de batismo. Transmitindo com exatidão as notícias mais relevantes do
Estado, do Brasil e do mundo, durante as 24 horas do dia, possui como
características marcantes a alta credibilidade, um casting de grande empatia com os ouvintes, além de contar com
excelente prestígio de marca, atestado inclusive durante pesquisa em outubro de
2001, realizada por Jaime Troiano Consultoria com os profissionais da área de
comunicação, denominada “Veículos Mais Admirados: o Prestígio da Marca",
cujo resultado posicionou a nossa Rádio Gaúcha como a terceira de maior
conhecimento no território nacional e de maior prestígio.
A
linha de programação definida e comandada por âncoras, repórteres e
comentaristas destacados em suas áreas por suas temáticas de profunda sinergia,
faz da Rádio Gaúcha um veículo líder de audiência no Interior e na Capital
gaúcha. O tripé jornalismo, esporte e cultura foi disposto de forma estratégica
no grande editorial, respeitando horários específicos e incentivando o hábito
da audiência. Pela manhã, grandes comunicadores têm o papel de informar as
primeiras notícias, alternando nomes reconhecidos e de credibilidade como
Rogério Mendelski, Armindo Antônio Ranzolin, Ana Amélia Lemos, Lauro Quadros e
Antonio Carlos Macedo. Ao meio-dia, Pedro Ernesto Denardin nos traz, com a sua
forma espirituosa de colocação, a informação sobre o esporte. Mais tarde, na Sala de Redação, sob o comando do
Professor Ruy Carlos Ostermann e apoiado pelos não menos catedráticos em
assuntos aleatórios: Paulo Sant'Ana, Cacalo, Ibsen Pinheiro, Kenny Braga e
Wianey Carlet, junto com Renato Marsiglia, continua segurando a audiência. Vai
pela tarde, surgem novas programações, marca-se de forma muito coerente aquela
predisposição de transformar a emissora na fonte de informação. A essa Gaúcha,
a Gaúcha que termina na madrugada com Jayme Copstein, a Gaúcha que se afirma e
se reafirma no cotidiano como emissora de liderança no contexto radiofônico do
Estado e do País, o PFL vem prestar as suas homenagens, e o faz até com grande
emocionalidade. Eu, que conheci Maurício Sirotsky, não pensei, meu caro Nelson,
que o seu trabalho pudesse-se multiplicar da forma que se multiplicou. Por
isso, sei que ele se sentiria muito feliz nestes 75 anos, vendo que tu, vendo
que o filho do Fernando Ernesto, vendo, enfim, que a nova geração de dirigentes
da RBS, com tanta garra, com tanto entusiasmo, com tanta competência, com tanta
segurança, mantém firme a Rádio Gaúcha como a rádio da comunidade do Rio
Grande, e, por isso, o PFL se dobra e, com muito orgulho, lhe presta esta
homenagem nos seus 75 anos.
Que
prossiga a Gaúcha sendo a emissora dos gaúchos! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer, em nome do nosso
Partido, o Partido Socialista Brasileiro, da alegria em ser de Porto Alegre e
em podermos, nesta Cidade, ter a potência da Rádio Gaúcha, sem sombra de
dúvidas, uma das maiores rádios do nosso Brasil. Muito se falou aqui da
história da Rádio Gaúcha, da evolução e da criatividade. Mas eu quero falar um
pouco da atualidade da Rádio Gaúcha, uma rádio que, como alguns já disseram,
atua 24 horas, informando sempre, seja na área do jornalismo, da economia, do
esporte ou da cultura. Mas ela tem uma espinha dorsal de expoentes, que alguns
já citaram, começando pela manhã, com o Mendelsky, passando pelo Ranzolin e a
Ana Amélia; depois, com o Lauro Quadros e seu sempre Polêmica. Mais adiante, Pedro Denardin que está presente. Parabéns,
Pedro. Depois, o Sala de Redação o
qual tem um carisma todo especial, sendo o único programa de rádio que consegue
levar milhares de pessoas para assisti-lo, porque, cada vez que ele sai das
quatro paredes, as pessoas vão assisti-lo como se fossem assistir a um jogo de
futebol. É a magia também do Sala de
Redação. Eu parabenizo o Kenny, o Cacalo, o Ibsen, o Wianey, o Sant’Ana, o
Professor Ruy Carlos Ostermann e o nosso, presente aqui também, sempre maior
árbitro do Rio Grande do Sul, Marsiglia. Parabéns, Marsiglia. Continua com
Lasier Martins, Osíris Marins, sendo que à noite, eu escuto muito o Jaime
Copstein com o seu Pato, quando ele
faz uma interação magnífica com a sociedade do Rio Grande do Sul.
Mas
o rádio tem uma característica, tem uma magia que leva cada uma das pessoas a
imaginar aquilo que faz sentir bem. Então essa é uma característica. Quando se
criou a televisão, as pessoas diziam que o rádio iria desaparecer, e a cada dia
que novas tecnologias evoluem, mais o rádio cresce, porque o rádio consegue
atingir a totalidade da população, o rádio está lá na fábrica, na oficina, no
escritório, no consultório e está no seu dia-a-dia. Essa é uma característica.
A Rádio Gaúcha consegue fazer um jornalismo local e internacional com a mesma
intensidade, mostrando a atualidade e fazendo com que a população possa
discutir. E o rádio tem essa característica. Ao acordarmos, ligamos o rádio; ao
sairmos de casa e estando dentro do carro, ligamos o rádio, e, ao chegarmos às
nossas repartições, conversamos aquilo que ouvimos no rádio. Então o rádio tem
essa magia. É por isso que nós queremos parabenizar esta Rádio. Eu tenho a
característica de gostar da AM, e a Rádio Gaúcha possibilita isso; ela consegue
ter essa liberdade.
Nós
estamos falando também em nome do PL. O Ver. Valdir Caetano solicitou que
trouxéssemos o abraço do PL à Rádio Gaúcha.
Para
finalizar, queremos dizer que a Rádio Gaúcha cumpre, sim, esse seu trabalho de
informar e informar bem, mas ela consegue, também, aquilo que é a grande
virtude do rádio, ou seja, a magia de levar as pessoas à comunicação e aos seus
sonhos.
Parabéns
à Rádio Gaúcha, e que ela possa, cada vez mais, engrandecer Porto Alegre, o Rio
Grande do Sul e o nosso País. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e os demais presentes.) Eu quero, em primeiro lugar,
agradecer ao Ver. Paulo Brum pela possibilidade de estar ocupando o microfone
na Liderança do PSDB. Em segundo lugar, Sr. Presidente, meu prezado Nelson
Sirotsky, quero lembrar que nós que temos em torno de 50 anos de idade - com
isso não estou dizendo que tu tenhas esta idade, tu és bem mais moço que eu,
provavelmente -, nós, na verdade, compomos aquela geração que acompanhou a
popularização do rádio, popularização do rádio graças ao surgimento do radinho
de pilhas. Eu lembro quando o meu pai comprou o primeiro radinho de pilhas, os
primeiros radinhos de pilhas que apareceram aqui pelo Brasil, os famosos speaker japonês, pequenininhos, saíamos
a 10 metros de Porto Alegre e ele não pegava mais. Mas, de toda a maneira, em
Porto Alegre, conseguíamos ouvir a emissora de rádio. E eu, quando adolescente,
cresci ouvindo rádio, como ouço rádio até hoje, e, provavelmente, muitos dos
senhores que nos assistem somos daqueles que, ao entrarmos no carro, ligamos o
rádio e aproveitamos os nossos deslocamentos para nos informarmos ou para
quebrarmos o stress ou o ritmo da
vida cotidiana por meio de uma programação de uma emissora de rádio.
Se
não assisti ao nascimento da Rádio Gaúcha como tal, assisti também
evidentemente ao nascimento da grande fase da Rádio Gaúcha, das grandes
transformações, das revoluções das quais a Rádio Gaúcha participou e, em boa
parte do Rio Grande do Sul, liderou. A contribuição da Rádio Gaúcha é
absolutamente inequívoca; não há como contar a história do rádio, não digo no
Rio Grande do Sul, que seria o óbvio, mas não há como contar a história do
rádio no Brasil sem fazer uma referência à Rádio Gaúcha. Nos tempos da
Difusora, passando a primeira etapa da Gaúcha, chegando à experiência nova da
Guaíba, nos anos 50, a Rádio da Universidade foi uma outra experiência de
rádio, retornando à idéia original de radioemissoras, passando das AMs às FMs
de hoje, nós vivemos, realmente, modificações fantásticas na radioemissão. E em
todas essas modificações, a Rádio Gaúcha foi a pioneira, a introdutora das
novas tecnologias, dos novos modos de fazer rádio. O rádio na verdade, para
mim, até hoje, apesar de já ter trabalhado do lado de lá, continua sendo um
fascínio: essa comunicação sem rosto, mas que ganha um rosto a partir da voz,
Ranzolin, você que tem uma história inteira dedicada ao microfone. Compomos a
figura do locutor ou de um apresentador a partir da sua voz, e temos simpatias
ou antipatias a partir dessa voz, das ênfases, como uma notícia bem lida tem um
sentido absolutamente diferente quando ela é interpretada com determinadas
ênfases ao salientar-se uma palavra, uma frase, a menção de um personagem. E
quando nós temos, o que, gradualmente, se foi também popularizando: os
programas ao vivo, os debates, vemos o quanto a rádio é importante no sentido
da interatividade. Talvez a experiência de comunicação do rádio seja aquela que
possibilita, efetivamente, o maior exercício de cidadania e o maior exercício
de democracia, porque, de um modo geral, nós estamos ouvindo o programa e
podemos, imediatamente, dar uma resposta. O Ver. João Antonio Dib, que madruga,
sabe muito bem disso, porque tem participado, permanentemente, com a sua voz,
com a sua intervenção, nesse tipo de programa.
Por
outro lado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, talvez a radioemissão seja aquela
que menos possa temer a competição de novas tecnologias, como o jornalismo on line da Internet; ao contrário, mais
se pode beneficiar dessa nova possibilidade, porque, na medida em que a notícia
on line, na hora, vai entrando para o
computador, praticamente a emissora de rádio pode-lhe dar voz e pode
retransmiti-la, imediatamente, ao seu ouvinte. Ao contrário do jornal, ao
contrário mesmo da televisão, e ao contrário de todas as outras possibilidades,
até mesmo determinados jornais em Internet.
Por
tudo isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho que é significativo
comemorarmos hoje, nesta Sessão, por proposta do Ver. Nereu D’Avila, os 75 anos
de uma emissora de rádio, que é a Rádio Gaúcha, sediada em Porto Alegre. Se a
Rádio Gaúcha pôde ter um slogan como
“A fonte da informação” foi porque ela também foi capaz de constituir as suas
próprias fontes, com credibilidade, aquelas fontes primeiras que permitem que
ela traga informação para nós, ouvintes, com a agilidade, com a credibilidade e
sobretudo com a rapidez que todos nós necessitamos. A todos os senhores que
representam a RBS, a Rádio Gaúcha, o nosso abraço, em meu nome pessoal e em nome
do Ver. Paulo Brum, do PSDB. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
em Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu estava fazendo as contas, nobre
amigo Armindo Ranzolin: faz 30 anos que este atleta, técnico, hoje Vereador
desta Cidade, teve a satisfação de ouvir, lá em São Borja, quando comecei, o
Lauro Quadros dizer “Olha, gente, este garoto é muito bom, merece estar na
dupla Grenal”. Eu não seria aquele atleta, o treinador, o Vereador se, mesmo
traçando um bom caminho, não houvesse sido feita divulgação a meu respeito
através dessa potência do rádio, que é a Rádio Gaúcha. Fiz grandes amigos, tive
grandes entrevistas, Ver. João Bosco Vaz, meu amigo Pedro Ernesto, Marsiglia,
Ranzolin, enfim, todos, porque sempre fui combatente, dei muitas entrevistas,
discuti bastante, mas aprendi bastante com esse veículo de comunicação.
Como
atleta, tenho certeza de que cheguei aqui não só pelos méritos de ser um grande
atleta, mas também porque tive a divulgação desse meio de comunicação. Como
treinador a mesma coisa: não teria chegado aonde cheguei se não tivesse lá
expressado os meus conhecimentos técnicos. Também tive o privilégio de, na Copa
de 98, convidado pelo Arlindo Ranzolin, pelo Pedro Ernesto, dar a minha
colaboração como comentarista, colaborador, o que me levou a ser hoje
comentarista da Rádio e Televisão Pampa. Mas também não chegaria a esta Casa,
tenho certeza, se, nesses 30 anos, não tivesse expressado a minha vontade no
esporte, como atleta, como treinador e também os meus conhecimentos políticos,
porque, desde lá, são testemunhas Arlindo Ranzolin, Pedro Ernesto, Lauro
Quadros, da minha vontade política, do meu ideal político. Isso, quem sabe,
tenha-me ajudado a conseguir mais de cinco mil votos para chegar a esta Casa.
Viajei por muitos recantos deste Brasil, como atleta e como técnico, e sempre
ligava o radinho para ver o que acontecia na minha terra. Ligava na Gaúcha,
assim como dava entrevista para expressar e mostrar o meu trabalho fora do Rio
Grande. Lá estava a Rádio Gaúcha abrindo os canais para que eu pudesse
expressar e mostrar o meu trabalho fora do Rio Grande.
Portanto,
quero, aqui, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, em meu nome, Líder da
Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, bem como do meu colega, Ver. Elói
Guimarães, como Vice-Presidente do Diretório Metropolitano, expressar os meus
mais sinceros votos do Partido Trabalhista Brasileiro.
Quando saímos desta Casa, muitas vezes
ligamos o rádio para escutar sobre economia, sobre política, de que gosto tanto
e que me trouxe a este recinto, com o privilégio de fazer parte da Bancada do
Partido Trabalhista Brasileiro e compartilhar com vários Vereadores, de várias
Bancadas. Quero dizer que aprendi muito com a Rádio Gaúcha, com esses
profissionais de alto nível.
Quero
deixar os meus parabéns à direção, aos funcionários, aos radialistas, a esses
amigos que, independente de estarmos em outra emissora, nunca deixamos de ser
amigos e de nos tratarmos com honestidade e com profissionalismo.
Parabéns
a essa grande emissora, e que ela sirva para nós, nesta Casa, como um parâmetro
de aperfeiçoamento da democracia, do Parlamento que representa Porto Alegre e o
Rio Grande. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra em Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Parabenizamos o Ver. Nereu D’Avila
pela iniciativa deste evento, e a Câmara Municipal de Porto Alegre, pela
unanimidade da aprovação deste ato em homenagem aos 75 anos de uma instituição
que é parte fundamental do último século de história do Rio Grande do Sul,
pois, se os historiadores dizem que no Brasil, o século XX iniciou com a Semana
de Arte Moderna, no ano de 1922, a Rádio Gaúcha é uma marca dos primeiros anos
do século XX brasileiro. Esse século foi um século marcado por muitas e
rapidíssimas mudanças, e é interessante então, refletirmos, nesta oportunidade,
sobre o porquê desse sucesso perene da Rádio Gaúcha. Entre tantos e tantos
fatores, queria destacar a clareza que tem a Radio Gaúcha na compreensão dos
conceitos de fama e sucesso, a forma como os diferencia e os põe em prática.
Muitos
meios de comunicações têm feito fama rápida no Brasil recente, falam de coisas
fáceis, de serem atrativas e muitas vezes subestimam a capacidade dos ouvintes.
A
Rádio Gaúcha cobre os fatos e propicia o debate político, instiga o ouvinte a
refletir sobre eles, cobre os fatos de maneira que as pessoas se sintam
representadas, construindo uma síntese perfeita entre a agilidade e a
profundidade, reproduz os fatos e os divulga, universaliza-os e os move, move
as coisas da realidade, movendo-nos, assim a construir novos caminhos. Vida
longa à Rádio Gaúcha! Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Sr. Nelson Sirotsky está com a palavra.
O SR. NELSON SIROTSKY: Ver. José Fortunati, Ex.mo
Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre; companheiros de RBS,
Geraldo Corrêa, muito bem lembrado aqui pelo Ver. Reginaldo Pujol, um dos
expoentes da nova geração de dirigentes da RBS, nosso Vice-Presidente, filho de
um dos co-fundadores da RBS, Fernando Ernesto Corrêa, que, junto com o Jaime
Sirotsky e meu pai, iniciou, há quarenta e cinco anos, o projeto da nossa RBS,
exatamente pela nossa Rádio Gaúcha, quando meu pai, contratado por Arnaldo
Balvé, transferiu-se da Rádio Farroupilha para a Rádio Gaúcha com o seu
programa Maurício Sobrinho. Na Rádio
Gaúcha, como comunicador e como sócio, dava início à jornada da construção, já
há quarenta e cinco anos, da nossa RBS.
Meu
caro Ranzolin, que talvez melhor do que eu devesse estar aqui falando e
agradecendo esta homenagem em nome de todos nós da RBS. Ranzolin é o Diretor da
Rádio Gaúcha que, no dia-a-dia, comanda o processo da Rádio Gaúcha e tem a
responsabilidade de levar a frente o compromisso da nossa emissora. Eu propus
ao Ranzolin que ele fizesse este depoimento, meu caro Ver. Antonio Hohlfeldt,
talvez pelo tempo de sua ligação com a Rádio Gaúcha. Eu também sou daqueles que
estão em torno de 50 anos, sou daqueles que viveram o processo de popularização
do rádio. Como registrei no depoimento que fiz à Zero Hora no dia 8 de fevereiro, quando celebramos os 75 anos da
Rádio Gaúcha, tenho uma vinculação com essa rádio desde a minha infância por
causa do meu pai. A primeira lembrança que tenho é de exatamente quarenta e
poucos anos atrás, quando eu acompanhava o meu pai na Azenha, no Cinema
Castelo, para assistir ao programa Maurício
Sobrinho. Eu te agradeço por teres insistido que eu pudesse fazer esse
registro, exatamente por esse vínculo forte que tenho com a Rádio Gaúcha.
Srs.
Vereadores, Jornalista Ercy Torma, Presidente da nossa Associação Riograndense
de Imprensa; faço questão de saudar o Vice-Presidente do Sport Club
Internacional, o prezado amigo Arthur Dallegrave, a sua presença nos honra
muito nesta solenidade; o Sr. representante do Comando-Geral da Brigada
Militar, Cel. Nelsohomer da Rocha, senhoras e senhores. Estou muito à vontade
para encaminhar este agradecimento à Câmara Municipal de Porto Alegre pela
homenagem que presta aos 75 anos da nossa Rádio Gaúcha. Os laços da Rádio
Gaúcha com a Câmara Municipal de Porto Alegre – e isso foi lembrado aqui em
vários pronunciamentos – são muito fortes e muito sólidos, porque são os laços
da Rádio Gaúcha com a cidade de Porto Alegre. A Rádio Gaúcha é de Porto Alegre.
A Rádio Gaúcha é a mais antiga emissora de rádio de Porto Alegre. São 75 anos
de atuação através e a partir da nossa Cidade, da Cidade dos senhores e da
Cidade dos nossos ouvintes.
Meus
caros Vereadores Luiz Braz, João Bosco Vaz e Haroldo de Souza, em seus nomes,
gostaria de saudar cada um dos Vereadores desta Cidade. Vocês que são
radialistas, vocês que são comunicadores, vocês que são jornalistas como nós e
que, de alguma maneira, direta ou indiretamente, têm um vínculo forte com a
nossa Rádio Gaúcha. Meus caros Lauro Quadros, Paulo Sant’Ana – que não está
presente – e Cândido Norberto, na figura de vocês eu gostaria de saudar todos
os companheiros da Rádio Gaúcha que já passaram por esta Casa, todos os
companheiros que já fizeram essa relação da Rádio com a sua Cidade, por
intermédio exatamente deste ponto de convergência, deste ponto comum que é a
nossa Câmara Municipal. E, ao fazê-lo, obviamente preciso também lembrar alguns
nomes que já não estão mais entre nós e que fizeram, no seu tempo, essa relação
forte da Rádio com a Câmara Municipal e com a sua Cidade: Glênio Peres, Ivan
Castro, José Antonio Daudt e o nosso querido Dilamar Machado, que transmitia a
sua Vozes da Cidade, as vozes da
nossa cidade de Porto Alegre na nossa Rádio Gaúcha.
Quero
saudar também todos os colaboradores da Rádio Gaúcha. Somos cento e quarenta e
dois funcionários que trabalham diretamente na Rádio Gaúcha, e que transformam
a magia do rádio numa realidade do nosso dia-a-dia. É em nome deles que também
me dirijo em agradecimento a todos os Srs. Vereadores, às Sr.as
Vereadoras, e à população de Porto Alegre, por esta homenagem aos nossos 75
anos.
Ilustre Ver. Nereu D’Avila, proponente deste Grande Expediente, muito obrigado pela iniciativa, muito obrigado por ter lembrado aqui as várias fases da Rádio Gaúcha. A primeira, da sua fundação até o ano 57; a segunda, com o início da atuação de meu pai, até o ano 78, com os 100 quilowatts; a terceira fase, que talvez seja até o ano 2000, porque acho que estamos vivenciando a quarta fase da Rádio Gaúcha, que é exatamente a fase da convergência das tecnologias, em que o rádio sai, definitivamente, do seu espectro local e passa para um espectro nacional e mundial, proporcionado através do satélite e da Internet.
Meu
caro Ver. Nereu D’Avila, muito obrigado por esta iniciativa e muito obrigado,
sobretudo, por ter relembrado que o espírito maior da Rádio Gaúcha, ao longo
dos seus 75 anos, indiscutivelmente tem um foco, tem uma direção, e este foco e
esta direção são os seus ouvintes, a relação com os seus ouvintes. Esse é o
compromisso maior da nossa emissora. Ao longo dos nossos 75 anos, a cada
momento, em cada uma das nossas etapas, Ver. Nereu D’Avila, nós procuramos
desenvolver um compromisso sólido e permanente com os nossos ouvintes. É
exatamente esse compromisso que nos faz chegar aqui festejando alegres e
felizes os nossos 75 anos. O vínculo com a comunidade, o vínculo com os nossos
ouvintes, a relação, a busca da conquista destes ouvintes, meu caro Ver. Haroldo
de Souza - V. Ex.ª que faz parte e fez parte desta história -, a busca da
conquista do ouvinte - competição tão fundamental para a atividade como um todo
e para o rádio, de maneira especial - é exatamente esta competição sadia que o
rádio de Porto Alegre tem, que o rádio de Porto Alegre estabelece no seu
dia-a-dia; isso é que faz com que o rádio que é feito aqui em Porto Alegre seja
hoje um dos rádios de melhor qualidade, reconhecidamente, em nosso País. A sua
presença, meu caro Ver. Haroldo de Souza, seja nos 17 anos de convivência na
Rádio Gaúcha, seja na sua mais recente temporada em outra emissora, a exemplo
de outros Vereadores aqui presentes, apenas dignifica esse processo de
competição, apenas dignifica essa realidade que faz parte da realidade do nosso
ambiente de radiodifusão em Porto Alegre, e, com certeza, esse ambiente, de uma
maneira sadia, de uma maneira responsável, será um alicerce fundamental para
que, nos próximos anos, continuemos, cada vez mais, focando e qualificando o
nosso rádio, voltados para os interesses dos nossos ouvintes, fundamentados num
princípio básico de democracia, caro Ver. Estilac Xavier. O seu pronunciamento
foi extremamente oportuno, e, ao agradecê-lo, quero enaltecer a importância de
que o veículo de comunicação seja sustentado numa plataforma democrática,
plural, independente e aberta para todos os matizes. A Rádio Gaúcha tem
procurado, nos seus 75 anos, ser essa plataforma democrática, ser essa
plataforma aberta, ser essa plataforma independente.
Eu
não tenho dúvida de que só estamos aqui, hoje, também, porque, ao longo de
nossa história, a Rádio Gaúcha cumpre, com verdade e com rigor, essa
determinação para contribuir para a democracia, para contribuir para a
expressão livre e para o desenvolvimento da nossa sociedade a partir de uma
plataforma democrática. É exatamente essa contribuição que nos leva, caro Ver.
Luiz Fernando Záchia, ao compromisso com a nossa comunidade - a nossa relação
com a nossa comunidade tão bem lembrada por V. Ex.ª no seu pronunciamento aqui.
É exatamente essa vinculação de democracia e comunidade que fazem de um veículo
de comunicação um veículo grande. E a nossa Rádio Gaúcha - e digo isso sem
modéstia - é um veículo grande, exatamente porque preserva em todos os seus
instantes esse seu compromisso maior com a sua comunidade; esse seu compromisso
maior com os seus ouvintes. Isso faz dessa relação uma relação íntima, caro
Ver. Pedro Américo Leal, uma relação tão íntima quanto o pronunciamento que o
prezado amigo teve a oportunidade de aqui fazer; uma relação da rádio com os
seus ouvintes; uma relação íntima, uma relação do dia-a-dia. Uma relação com
laços de família como as relações que nós temos o prazer de ter. Uma relação
que faz da Rádio Gaúcha uma família que faz parte da família e das nossas
comunidades; uma relação que faz termos a intimidade que temos, caro Ver. Pedro
Américo Leal, e que me permite ter a liberdade de fazer uma pequena retificação
no seu pronunciamento. A paixão de Maurício Sirotsky Sobrinho não era o jornal.
A paixão de Maurício Sirotsky Sobrinho era o rádio. Maurício Sirotsky Sobrinho
era um comunicador de rádio que começou no interior do nosso Estado, em Passo
Fundo, na ZYF5, e que se transferiu para Porto Alegre para trabalhar na Rádio
Farroupilha e, depois, veio a trabalhar na Rádio Gaúcha, começando a construção
da nossa RBS. A última entrevista que meu pai deu – vejam o paradoxo, a ironia
do destino – não foi para nenhum veículo da RBS, foi para a radialista e
Jornalista Rochele Hudson, que trabalhava na Rádio Princesa. Alguns dias antes
de falecer, ele deu um depoimento bastante longo para a Rádio Princesa, para a
Jornalista Rochele Hudson. E, nesse depoimento – que eu tenho guardado –, numa
das perguntas, a Rochele perguntava ao pai qual seria uma das suas frustrações.
E ele respondia à Rochele que uma das frustrações dele, naquela altura da vida,
era não continuar tendo um programa de rádio. Maurício Sirotsky Sobrinho era um
homem de rádio. E isso eu faço questão de aqui retificar, porque embora,
obviamente, tenha se apaixonado pelo jornal, pela televisão - e, obviamente,
seria um apaixonado pela Internet e pela TV a cabo, se estivesse aqui entre nós
-, Maurício Sirotsky Sobrinho tinha no seu sangue, no seu DNA, as ondas do
rádio. E são exatamente essas ondas do rádio que nos trazem até aqui. E é
exatamente em função deste DNA, desta relação, que nós podemos vivenciar, ao
longo dos setenta e cinco anos, o pioneirismo da nossa Rádio Gaúcha, tão bem
lembrado aqui pelo ilustre Ver. Raul Carrion. Não citou o Vereador, e faço eu
questão de citar, o primeiro slogan
da Rádio Gaúcha: ”PRC2 – A Pioneira”. Desde o início, não sei exatamente o ano
em que se absorveu esse slogan de
“PRC2 – A Pioneira”, ela tem exatamente essa relação e essa vocação de
pioneirismo ao longo da sua trajetória. E a transformação da pioneira na fonte
da informação é exatamente um processo lógico desta evolução da palavra: o
rádio, a magia do rádio, a capacidade do rádio, de sobrevivência, tão bem
colocada aqui pelo nosso Ver. Raul Carrion.
O Ver. Reginaldo Pujol lembra muito bem que esse
pioneirismo da Rádio Gaúcha leva à expansão da Rádio Gaúcha para outros
recantos, para outras regiões. Ainda agora, pela manhã, eu recebia um relatório
– e os relatórios hoje são virtuais, digitais – do nosso companheiro Cláudio
Britto; ele o mandou para vários de nós, na empresa, fazendo um resumo da
cobertura do carnaval. E, passando por uma série de iniciativas que a nossa
Rádio Gaúcha fez durante o carnaval, o mais expressivo, o que para mim ficou,
daquele relatório do Cláudio Britto de um episódio que acabou há poucos dias,
foi: “Nossos ouvintes da África do Sul, nossos ouvintes dos Estados Unidos,
nossos ouvintes da Alemanha se manifestaram durante as transmissões do
carnaval”, o que mostra, caro Ver. Reginaldo Pujol, essa nova dimensão do
rádio, essa nova perspectiva do rádio para o seu futuro e para o que vem pela
frente. O rádio é hoje, efetivamente, um veículo que saiu do local, embora
continue sendo muito local, mas expandiu as suas barreiras, a sua direção para
todo o universo. E não estamos forçando a barra ao dizer que expandimos para
todo o universo; o rádio, hoje, a Rádio Gaúcha, hoje, tem uma relação forte com
os seus ouvintes em todo o mundo.
Ao
agradecer à Câmara Municipal de Porto Alegre, quero também fazê-lo em nome de
todos os colaboradores da Rádio Gaúcha. Várias figuras conhecidas dos nossos
ouvintes e dos senhores foram aqui citadas durante este expediente. Mas eu
também queria fazer o registro de agradecimento em nome dos nossos operadores,
dos nossos técnicos, dos nossos companheiros de administração, das nossas
companheiras da área comercial - vejo muitas delas aqui presentes -, todos nós,
estejamos à frente do microfone ou não, também temos os nossos sonhos, os
nossos sonhos internos que projetamos, estejamos no ar ou não, nossos sonhos
como profissionais, e desenvolvemos esses sonhos a partir da nossa Rádio
Gaúcha. Esses sonhos projetados através dos microfones, das ondas, do satélite,
da Internet, pela Rádio Gaúcha vão ao encontro dos sonhos dos nossos ouvintes.
São esses sonhos e essa conexão que fazem do rádio o veículo popular que ele é
e continuará sendo. Essa migração do rádio para uma perspectiva individual, de
uma relação individual com o ouvinte onde quer que ele esteja, é que forma a magia
e o fascínio do veículo rádio; o fascínio do veículo rádio, que proporcionou,
antecipando-se - e sendo pioneiro - às novas tecnologias, a interatividade do
meio com o ouvinte. A interatividade das duas pontas através da convergência,
que no rádio é feita através de sistemas de transmissão e é também através da
telefonia, fazendo um processo de mão dupla, uma relação permanente do rádio,
da fonte com a informação. É exatamente no depoimento do ilustre Ver. Cassiá
Carpes que eu encontro a figura ao agradecer, desta relação entre a fonte e a
informação. A fonte, o jovem atleta do interior; o técnico de futebol,
vitorioso; a fonte, a informação, o microfone da Rádio Gaúcha. A relação
permanente e obrigatória de um veículo de comunicação que se propõe a continuar
sendo um veículo forte, relacionando-se de uma maneira permanente com o seu
universo e com os seus ouvintes.
Ao
agradecer pela unanimidade da homenagem, gostaria, minha cara Ver.ª Clênia
Maranhão, de dizer que a energia que recolhemos desta unanimidade é a fonte
principal para nos projetarmos para o futuro. É esta unanimidade que nos dá a
energia para continuarmos nessa mesma direção, continuarmos trilhando a nossa
Rádio Gaúcha na direção de uma relação sólida com os seus ouvintes. E é dentro
dessa informalidade e dessa convergência entre a Câmara Municipal de Porto
Alegre e a nossa Rádio Gaúcha que eu tomo a liberdade de convidar os nossos
ouvintes que estão me escutando neste momento, pela Rádio Gaúcha, para que
estejamos juntos novamente em fevereiro do ano 2027, para aqui celebrarmos
juntos o centenário da nossa Rádio Gaúcha. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Agradecemos ao Presidente da RBS, Nelson
Sirotsky, pela presença; também ao Vice-Presidente da RBS, Geraldo Corrêa; ao
Sr. Diretor da Rádio Gaúcha, Jornalista Armindo Ranzolin; ao Sr. Presidente da
ARI, Ercy Torma; ao Sr. representante do Comando-Geral da Brigada Militar,
Coronel Nelsohomer da Rocha; às demais autoridades presentes, jornalistas e funcionários
da RBS. Damos por encerrada esta homenagem no Grande Expediente, suspendendo os
trabalhos para as despedidas. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h07min.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol - às
16h12min): Estão
reabertos os trabalhos. Solicitamos que a nossa 1.ª Secretária, Ver.ª Helena
Bonumá, informe a Casa do material que foi encaminhado à Mesa durante os
trabalhos desta Sessão Legislativa.
A SRA. SECRETÁRIA: Comunicação do Ver. Nereu D’Avila,
informando que o Ver. Isaac Ainhorn é o novo Líder do PDT a partir desta data.
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Srs. Vereadores, estamos retomando a
ordem dos trabalhos. O Ver. João Antonio Dib, enquanto era lido o Expediente,
manifestava o interesse por um Requerimento ou uma Questão de Ordem, Vereador?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu desejo fazer um
registro, já que o fiz por escrito, eu já o fiz com fotografias e vou fazê-lo
agora, publicamente. Eu reclamei na sexta-feira sobre a quantidade de homenagens
que se faz nesta Casa; se elas forem feitas, que sejam bem feitas. Eu tenho
conhecimento muito rudimentar de protocolos sociais, e eu penso que, em uma
homenagem, o homenageado senta à direita do Presidente e as autoridades que
estão no Plenário também são convidadas a fazer parte da Mesa. Muito obrigado.
Saúde e paz!
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Feito o registro da ponderação do Ver.
João Antônio Dib, nós solicitaremos providências junto ao nosso Cerimonial para
averiguar a respeito do procedimento adequado para situações posteriores. Há
mais uma matéria a ser apregoada, e concedo novamente a palavra à Sr.ª 1.ª
Secretária, Ver.ª Helena Bonumá.
A SRA. SECRETÁRIA: Apregoamos o Projeto de Lei do
Legislativo, autor Ver. Raul Carrion, que concede o Título Honorífico de
Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Pedro Alvarez Martins.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Feito o apregoamento de mais esse
Projeto, retomamos a ordem das manifestações do período de Grande Expediente
que ainda não se esgotou.
O
Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra, por cessão de tempo da Ver.ª Maria
Celeste, em Grande Expediente.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
chamou-me a atenção o resultado dado pela equipe econômica do Governo Fernando
Henrique Cardoso, Governo este que tem levado o País a uma das suas maiores
crises estruturais, Governo que coloca o País como aquele que paga o maior juro
para os agiotas internacionais, Governo que fez com que uma dívida, quando
assumiu o Governo, de 64 bilhões de reais - falo de dívida interna - tenha
passado para 700 bilhões de reais. Governo que quase triplicou a dívida
externa. Pois este Governo, Ver. Elói Guimarães, conseguiu o incrível - isso
são dados da equipe econômica do Governo Federal -: ir além do que o FMI lhe
pediu. Nós sabemos para quem o FMI está a serviço. O FMI está a serviço das
grandes potências, do grande capital especulativo internacional. Pois o Governo
Fernando Henrique Cardoso, Ver. Isaac Ainhorn - novo Líder, a quem saúdo, da
Bancada do Partido Democrático Trabalhista, e a Casa toda o saúda, com palmas,
inclusive -, conseguiu ir a 4 bilhões de dólares, mais do que o dobro acima
daquilo que o Fundo Monetário Internacional exigiu.
Chamo
atenção para isso, Ver. Isaac Ainhorn, porque andam dizendo por aí que o
processo brasileiro é diferente do processo argentino. Não é nada disso, Ver.
Sebastião Melo, que às vezes procura, trabalhando com honestidade aqui, colocar
responsabilidades sociais no Município, quando essa responsabilidade não é
deste Município, que tem apenas 100 milhões de reais para fazer aplicações.
Pois a política do Governo Fernando Henrique Cardoso é a mesma política de De
La Rua, é a mesma política de Menen, e faz com que esses países, que teriam
tudo para dar uma vida mais digna a seus filhos, estejam absolutamente
submetidos à lógica do capital financeiro internacional. A situação do Brasil é
a mesma da Argentina com uma única atenuante: que não seguimos aqui o que o
Ciro queria, que era a paridade do real e do dólar e, por um rasgo de
sensibilidade, a área econômica conseguiu fazer com que fosse desvalorizado o
real. Nós queremos dizer aqui que o País está colocado, sim, entre aqueles de
maior risco e que, por isso, Ver.ª Sofia Cavedon, se obriga a pagar 19% de
juros para que os dólares continuem aqui no País. Vocês sabem, caros
telespectadores, quanto pagam os Estados Unidos de juros, por exemplo? Pagam
6%. E o que disse, lá em Nova Iorque, o Ministro da Área Econômica dos Estados
Unidos? Que os altos juros que o Brasil pagava eram devidos à questão da
criminalidade, da corrupção, que campeia no Brasil e que, por isso, este País
se obrigava a pagar esses altos juros.
Queremos
dizer isso aqui, com muita clareza, porque o que passam os irmãos argentinos,
hoje, será o que poderemos passar se esse Governo não for varrido.
Ver.
Elói Guimarães, a Argentina não tem problema fiscal, a Argentina arrecada mais
do que gasta. O problema da Argentina é o pagamento de juros, que onera a sua
balança comercial. Essa abertura de fronteiras a que obrigaram o Brasil, a
Argentina e todos os países da América Latina faz com que os produtos vindos
dos grandes países, os países ricos do G-8, entrem aqui, quebrem as nossas
empresas e nos obriguem, sob a justificativa de terminar com a inflação, a
sobrevalorizar a nossa moeda, nos impedindo, com isso, de ser competitivos no
mercado internacional e, a cada fim de mês, temos um déficit comercial nas
balanças comerciais dos países pobres. E não é tudo, Ver. João Bosco Vaz, essas
empresas, como V. Ex.ª pediu aqui a abertura de uma CPI, e até hoje não sei que
resultado foi dado... E pergunto, também: a CPI do Montepio, que foi requerida
aqui, por que não foi instalada? Mas eu volto aqui, sim, Ver. João Bosco Vaz,
para lhe dizer. Essas empresas que vêm para cá, vêm apenas para a área de
serviços, não rendem divisas, e, ao final de cada mês - e já vou-lhe conceder
aparte -, ao final de cada período, remetem os seus lucros para fora, para suas
matrizes, fazendo com que tenhamos que, cada vez mais, pegar mais dólares de fora,
por meio de novos empréstimos, para pagar dívidas velhas. Com isso, o FMI, que
exige o suor e o sangue, Ver. João Bosco Vaz, do povo das Américas e de todo o
mundo, dos países emergentes, alega que tem de cobrar mais juros, que os juros
têm de ser mais altos para que os dólares permaneçam aqui.
Então,
a situação da Argentina, quero chamar a atenção, não é diferente da situação do
Brasil; ambos seguiram o consenso de Washington da forma mais ortodoxa. E quero
dizer também que o Brasil conseguiu o milagre de tirar da área social 4 milhões
de dólares a mais do que o FMI pediu, para fazer o pagamento dos juros da
dívida externa, absolutamente ilegítima. Queremos aqui fazer a nossa denúncia.
E V. Ex.ª tocou aqui no tema de uma CPI que eu acho muito importante, porque
essas empresas não respeitam o consumidor e o cidadão e, além de tudo, no final
do mês, ainda sobrecarregam a balança de pagamentos remetendo os seus dólares
para fora.
O Sr. João Bosco Vaz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu gostaria de informar a V. Ex.ª que, acatando orientação da
Procuradoria da Casa, tentamos esgotar o assunto da CRT dentro da Comissão, não
ficamos satisfeitos com as explicações e o assunto foi enviado ao Ministério
Público, assinado por este Vereador, pela Ver.ª Helena Bonumá, pela Ver.ª
Maristela Maffei, pelo Ver. Almerindo Filho e pelo Ver. Cassiá Carpes. E os
Srs. Vereadores e as Sr.as Vereadoras devem ter recebido um
material, porque, no início do ano, cada Vereador recebia um relato do que
realmente aconteceu.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. João Bosco Vaz, eu, pessoalmente,
no caso da CPI do Montepio, que referi aqui, fui o primeiro subscritor e não
recebi nenhuma comunicação dizendo por que essa CPI não foi instalada. Mas não
é sobre isso que eu estou falando e oportunizei que V. Ex.ª desse essa
informação. Eu quero dizer que não se enganem, porto-alegrenses e
rio-grandenses, a situação do País é absolutamente dependente do capital
financeiro internacional, e o que ocorreu na Argentina, a perpetuar essa
política genocida do Governo Fernando Henrique Cardoso, infelizmente será o que
acontecerá também com este País. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Maristela Maffei está com a
palavra no período do Grande Expediente.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, hoje é a nossa 2.ª Sessão Ordinária, depois de um recesso, que, na
verdade, é o período em que nós mais
trabalhamos, porque temos um tempo maior para visitar os segmentos da nossa
Cidade, os quais representamos aqui na Câmara. Na verdade, de férias nós temos
muito pouco, porque a Casa do Povo de Porto Alegre tem esse propósito, essa
qualidade, esse perfil de ter esta relação constante. Encontrei muitos
companheiros do PT trabalhando arduamente, militando com o propósito de
construir uma cidade melhor. Há pouco tivemos aqui nesta Casa uma homenagem à
Rádio Gaúcha, e eu queria fazer um breve comentário sobre o que aqui aconteceu.
Foram feitos muitos elogios sérios, responsáveis, mas é necessário, também, que
se diga que, quando nós reclamamos, não reclamamos o espaço que nós também
construímos. Nós não reclamamos do espaço que chega, que faz ecoar a nossa voz,
as nossas vontades, os nossos projetos, os nossos gritos, mostrando os
problemas reais da nossa sociedade. Não reclamamos das idéias diferentes, nós
reclamamos da falta de espaço e da falta de oportunidade que existe quase que
sempre em segmentos diferenciados. Nós reclamamos da indução da formação de
opinião distorcida que faz a grande mídia deste País, levando a uma formação de
opinião totalmente diferenciada da realidade que vivemos. Isso também deve ser
dito. Nós aceitamos e dizemos que os meios de comunicação são essenciais para a
vida, inclusive, desta Casa porque evidenciamos a nossa opinião divergente.
Devem ser registrados todos os tipos de opiniões, não só os que estão de acordo
com o sistema globalizante dos meios de comunicação que vivemos hoje.
Mas,
Sr. Presidente e Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, amanhã se
instalam, nesta Casa, as novas composições das Comissões Permanentes. E esta
Vereadora irá presidir, com muita honra, a Comissão de Urbanização, Transportes
e Habitação da nossa Cidade. Essa é uma Comissão de relevância, pois trata de
temas fundamentais da nossa Cidade e que dizem respeito ao dia-a-dia e aos
problemas seriíssimos que enfrentamos na área da habitação, na área da
urbanização e na área do transporte. Nós, amanhã, às 14h, estaremos recebendo,
aqui, no Plenarinho da Câmara, vários segmentos, tais como: SINDUSCON, UAMPA,
conselhos populares, Sociedade de Engenharia e Arquitetos, transporte e
urbanização, a SMAM, estaremos dialogando com a sociedade e demonstrando que
queremos dialogar com todos os segmentos que venham a engrandecer e a
contribuir para que possamos equacionar os problemas sérios, e, com certeza,
concretizar projetos almejados, proporcionando, assim, que todos os segmentos
da sociedade tenham a responsabilidade necessária de tentar solucionar os problemas.
Falando
em problemas, senhoras e senhores, na sexta-feira, eu não estava inscrita em
Pauta, e um dos temas que mais ouvimos aqui foi a questão do carnaval e os
episódios que ocorreram na nossa Cidade. A maioria dos Vereadores de oposição
nesta Casa veio para cá e, na minha opinião, irresponsavelmente, fizeram
acusações, tentando passar para outros a responsabilidade do caos que aconteceu
por disputa interna das agremiações carnavalescas e de segmentos que estão por
trás delas. Acompanhei, Ver. Ervino Besson, toda a madrugada, os fatos que
aconteceram aqui, na nossa Cidade. Aliás, todo o dia, quando a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre tentava se aproximar e equacionar os problemas junto
a Escola Imperadores do Samba, nem chegar perto do carro abre-alas nós
podíamos. Tem que ser dito, aqui, que a pista de eventos ainda não aconteceu
nesta Cidade pelo seguinte: primeiro, por preconceito, pois só não a
viabilizamos no Menino Deus porque uma Associação de Moradores entrou na
Justiça alegando que naquele local haveria tumulto. Tumulto por quê? É perto
das suas casas? É porque lá haverá negros e negras? É porque lá irão povos
empobrecidos? É por isso? Isso tem de ser assumido aqui, vamos parar de fazer
demagogia. E muitas pessoas aqui nesta Casa ajudaram, como? Ajudaram a fazer
demagogia para que não acontecesse ainda essa pista de eventos na cidade de
Porto Alegre. O que aconteceu naquele dia foi uma disputa eleitoreira entre as
agremiações, pois agora vai ser trocada a presidência da Associação Carnavalesca
e uma disputa entre as escolas fez com que acontecesse o vexame que aconteceu
nesta Cidade. Porque em outros anos nós também não tínhamos a pista de eventos,
mas aconteceu um carnaval, um carnaval diferenciado, bonito, responsável, e,
neste ano, nós vimos o caos que aconteceu. Portanto, vamos botar o dedo na
moleira! Todos têm responsabilidade para com a pista de eventos, sim! Mas há
que se dizer que muita demagogia eleitoreira tem sido feita para que ela não
acontecesse. E a Administração Popular está há muito tempo querendo que isso já
estivesse concretizado em nossa Cidade. Mas uma liminar - e nós soubemos - com
orientação judicial, inclusive orientada por Vereadores desta Casa, fez com que
entrassem na Justiça, ganhassem uma liminar por preconceito, por disputa de
poder, e cada pessoa que está aqui sabe do que se está falando. É um poder
nefasto que hoje não está apenas no carnaval, está dentro da política, está nos
grandes órgãos, está em muitas instituições, está, muitas vezes, na Justiça e
está, muitas vezes, em governos, dentro do Governo Federal e dentro de outros
setores importantes da nossa sociedade. Nós temos visto tombar companheiros que
têm feito enfrentamento ao narcotráfico, e a tantos outras “narco” influências
na nossa sociedade. E nós não podemos aceitar que, nesta tribuna, a demagogia
paire sobre questões de responsabilidade.
Muito
obrigada, Sr. Presidente, pela sua tolerância, senhoras e senhores, boa-tarde,
um bom trabalho neste ano que está começando aqui na nossa Casa, a Câmara de
Vereadores de todos.
(Revisto
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
no período de Grande Expediente.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
estamos trazendo à tribuna uma denúncia de algo que ou mostra a incompetência
do Departamento Municipal de Limpeza Urbana ou mostra que não há zelo pelo
dinheiro público. O que está aqui no Diário Oficial de Porto Alegre, de
quinta-feira, 14 de fevereiro? Está um Extrato de Termo Aditivo Contratual
116A/1, Processo tal e tal. (Lê.)
“Contratante:
Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Contratada: COOTRAVIPA - Cooperativa
de Trabalho dos Trabalhadores Autônomos das Vilas de Porto Alegre. Cláusula
Primeira, da inclusão: acordam as partes incluir no contrato n.º 83/1999,
firmado com essa Cooperativa, a realização de serviço de limpeza de pichações.
Cláusula Segunda, das atividades: 2.1 - Os serviços serão prestados em período
de 48 horas semanais, de segundas a sábados; 2.2 - Para execução das atividades
descritas acima deverão ser disponibilizadas equipes compostas de dois
cooperativados e um veículo tipo Kombi, com motorista, fornecimento de material
e equipamento. Cláusula Terceira, do preço: 3.1 - A contratante pagará à
contratada 25 reais e 60 centavos por hora de equipe de trabalho. 3.1.1 - Os
custos de material e equipamento importarão em 8 reais e 24 reais a hora;
transporte 11 reais e 65 centavos a hora; mão-de-obra 5 reais e 71 centavos a
hora. Cláusula Quarta - Disposições Finais: são mantidas as demais cláusulas do
contrato original. Porto Alegre, 8 de fevereiro de 2002”.
Eu
informo ao DMLU que esta Casa votou a Lei Complementar n.º 471, de 2 de janeiro
de 2002, portanto seis dias antes desse contrato. Eu tenho a idéia de que foi
uma iniciativa do Ver. Adeli Sell. O Vereador confirma. O que diz a lei? Leio a
Lei Complementar n.º 471: “Art. 1º Fica incluído, no Título III da Lei
Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975, alterações...” e tal, que é o que
acrescentou o Ver. Adeli Sell. Nós aprovamos e, portanto, é Lei Complementar,
publicada em janeiro deste ano. (Lê.) “Fica proibido pichar ou, por qualquer
outro meio, conspurcar monumento ou edificação, público ou particular. Pena:
multa de 150 a 750 UFMs - Unidades Financeiras Municipais - e reparação do
dano. Parágrafo único. A infração do disposto neste artigo acarretará lavratura
de auto de infração, nos termos...” e tal.
Então, a Lei do Vereador, gratuitamente dá a
solução para a Prefeitura. A Cidade está conspurcada, está emporcalhada com o
nome do Sr. Toniolo, esse maníaco, esse psicopata que está enfeiando monumentos
públicos, inclusive aquele aos Açorianos. Está ali o nome dele, e não é a
primeira vez, ele é reincidente. Então, a lei do Ver. Adeli Sell soluciona:
multar esse cidadão, prender, se for o caso e fazê-lo, senão lamber a sujeira
que fez, pelo menos limpar, dando-lhe água, detergente e um escovão para que
ele limpe. Está aqui a Lei do Vereador. É uma Lei Complementar, nem é Lei
Ordinária. E aí o que faz o DMLU? Contrata kombi, contrata funcionários, a
preços fixos, para limpar os locais que se sabe quem emporcalhou. Então, vocês,
contribuintes, vão pagar a sujeira que o Sr. Toniolo e outros fazem, que é
facilmente detectada na Cidade. Justiça seja feita ao Ver. Adeli Sell: há muito
tempo ele se preocupa com essas pichações, com essas imundícies, com esse impatriotismo – no caso do Sr. Toniolo
nem é impatriotismo, é debilidade
mental mesmo ou sem-vergonhice disfarçada de safadeza. Então, se há uma lei, o
que é que tem de ser feito? O DMLU não tem de gastar o dinheiro público, tem de
cumprir a lei, que diz o seguinte: multa o cidadão e faz com que o autor vá lá
e limpe, e não uma kombi paga por vocês, ou por nós – eu também me incluo,
porque eu também pago impostos, como todos aqui na Câmara. Então, os
contribuintes vão pagar a sujeira na Cidade, quando há uma lei que, de graça,
foi oferecida, com o nosso voto e graças à iniciativa do Ver. Adeli Sell, para
essa situação. Eu não me conformo com que o DMLU use dinheiro público para fazer
o que a lei determina. Aliás não era preciso uma lei; era só identificar, ou
pegar em flagrante o Sr. Toniolo, ou essas gangues que fazem a sujeira e
fazê-los limpar, mas o Ver. Adeli Sell teve a capacidade de fazer a lei, e esta
Câmara, de a aprovar.
O Sr. Sebastião Melo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Nereu D’Avila, quero dizer que o que V. Ex.ª traz para nós não
é novidade, porque tem muita truta no
DMLU. Mas o que me deixa de certa forma confortado é que esse contrato foi
feito com a COOTRAVIPA e não com a CORES, porque o Diretor do DMLU tem uma
vontade muito grande de repetir contratos com a Empresa CORES. Até fico
satisfeito, porque foi com a COOTRAVIPA, que é uma cooperativa de pessoas
trabalhadoras, da Cruzeiro do Sul. Acho que a matéria é grave; tem que ser,
evidentemente, levada adiante, face às manifestações de Vossa Excelência.
O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador). Para contrapor duas questões: a primeira, quanto ao aparte do Ver.
Sebastião Melo. O Ver. Sebastião Melo sabe que não pode, discricionariamente, o
administrador contratar quem quer que seja, que não seja nos termos da lei;
então, ele força um pouco a situação. Outra questão é quanto ao pronunciamento
de Vossa Excelência. Louvo a sua preocupação, mas gostaria que Vossa Excelência
raciocinasse sobre o seguinte aspecto: Vossa Excelência cobra que o DMLU
contrata equipes para limpar as pichações feitas nas ruas, e cita até um
cidadão que faz isso. Desconheço que haja lei que possa, por exemplo, prender o
cidadão nesse caso. Talvez até seja possível ir por esta linha, mas V. Ex.ª
poderia raciocinar também sobre o conjunto dos cidadãos que jogam lixo na rua,
que são os papéis, os pedaços de latas, tudo o que acontece de sujeira, e que
toda a estrutura é feita para limpar também. Sob os mesmos argumentos V. Ex.ª
teria que impugnar essa ação da administração. Por isto acho que está por
demais proporcionalizada a intenção de crítica de V. Ex.ª; V. Ex.ª teria de
estendê-la também para os outros lados da vida do DMLU.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O tempo de V. Ex.ª está esgotado, Ver.
Nereu D’Avila.
O SR. NEREU D’AVILA: Indago ao Líder do PDT, Ver. Isaac
Ainhorn, se me concede o tempo de Liderança para que eu possa concluir o meu
raciocínio.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): V. Ex.ª tem mais cinco minutos, para uma
Comunicação de Líder pelo PDT.
O SR. NEREU D’AVILA: Fico agradecido à nova Liderança do PDT,
pelo tempo concedido a este ex-Líder. Agradeço-lhe a gentileza! Eu queria dizer
ao Ver. Estilac Xavier que não é a mesma coisa. Perdoe-me, mas V. Ex.ª não fez,
dessa feita, justiça à brilhante inteligência que tem exercido nesta Casa,
porque uma coisa é a COOTRAVIPA recolher detritos e outras situações que lhe
são obrigatórias e para as quais existia, e existe, contrato pago, enfim, um
serviço normal; outra coisa é fazer um aditamento somente para pichações. Essa
é a questão! Usar uma kombi, usar dinheiro público, fazer, inclusive,
preestabelecido o pagamento por aquilo que a Lei deste ano de 2002 determina:
que o autor limpe. No caso, o autor é conhecido, reconhecido e reincidente: o
Sr. Toniolo. Se o DMLU sabe quem ele é, é só pegá-lo em flagrante e fazer o que
a Lei diz, ou seja, que ele faça a limpeza, e não os contribuintes tenham de
pagar por isso. E que ele, além de fazer a limpeza, seja multado, porque é um
absurdo que, por conta da debilidade mental, ou o que seja, desse cidadão, a
Cidade fique suja.
Houve
há pouco o Fórum Mundial Social a que compareceram tantas pessoas, e, nos
monumentos históricos e de grandiloqüência como é o Monumentos aos Açorianos e
outros, via-se o nome desse senhor que eu já citei, e que não vou citar
novamente para não promovê-lo.
Sr.
Presidente, concluo, dizendo que é ultra
petita, ou seja, o DMLU não necessitava usar o dinheiro público para pegar
esse Sr. Toniolo. O Ver. Adeli Sell, que certamente estudou essa matéria com
mais profundidade deve conhecer outros pichadores. É só informar ao DMLU, já
que V. Ex.ª também é do Governo. O que eu não admito, com o que estou
irresignado é que se faça um contrato aditivo para que, com dinheiro público,
uma kombi seja colocada à disposição para limpar as sujeiras do Sr. Toniolo ou
de outros débeis mentais que teimam em sujar e emporcalhar esta nossa querida,
leal e valorosa cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
sexta-feira, eu falava da utilização do Grande Expediente para homenagens. Quem
olhar para o Plenário, agora, verá que eu estava certo.
Mas,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quando eu fui Prefeito, o Ver. Adeli Sell
ainda não era Vereador, o que foi uma tristeza para mim, pois eu teria sido
ajudado. Mas eu enfrentava o Sr. Toniolo também. Um dia, em 1985, mandei
recuperar, pintar todo o Paço dos Açorianos, e quando ele estava perfeitamente
pintado, bonito, o Sr. Toniolo não teve dúvidas, escreveu na dimensão da parede
da Av. Borges de Medeiros, numa altura de mais ou menos dois metros, o seu
nome. Eu também não tive dúvidas, só tinha um caminho, porque o Adeli Sell não
era Vereador: entrei na Justiça e posso informá-los de que ele foi condenado.
Então, tem razão o Ver. Nereu D’Avila quando reclama de por que a Prefeitura
não toma providências, quando sabe que o pichador tem endereço, é conhecido na
Cidade e tem todos os meios para fazer com que ele seja punido. E não se puna o
povo, porque eu vi que ele pintou o monumento a Loureiro da Silva - não sei
quem foi que limpou, parte, porque não sai tudo daquela tinta -, a Câmara está
pintada e a Cidade está pintada. Portanto, é bom saber que ele já foi condenado
pela Justiça. Vamos buscá-lo.
Mas
eu me preocupo mais com os números da Prefeitura, e, no dia 13 de fevereiro, a
Prefeitura, numa química contábil, um pouco difícil de ser entendida, editou
uma série de Decretos com datas do ano anterior para acertar as suas contas.
Mas há algumas coisas estranhas, por exemplo: o Decreto n.º 13.354 retirou
recursos do DEP para suplementar outras verbas. O Decreto n.º 13.567, de 19 de
dezembro, retirou 343 mil, 788 reais do DEP, que não tinha a cidade alagada, só
alagou depois. Estava sobrando dinheiro no DEP. O DEP com 18 milhões de
Orçamento, retiraram verbas para suplementar outras coisas que eu até digo
coisas, porque eu não sei o que são.
O
Decreto n.º 13.579, de 27 de dezembro de 2001, publicado em 13 de fevereiro de
2002, também retirou mais 150 mil reais do DEP. Claro, não havia alagamentos na
Cidade, eles aconteceram depois de retirarem essas verbas de um Departamento
empobrecido, um Departamento que não recebe como transferência a taxa pluvial
que é cobrada do povo de Porto Alegre. Mas esse mesmo Decreto n.º 13.579 tem
uma coisa que eu não consigo entender, e olhem que eu tenho um bom tempo de
Prefeitura e de Câmara Municipal: a Secretaria Municipal de Educação abriu um
crédito de 5 milhões e meio de reais para o ensino fundamental e para a
valorização do Magistério, transferências - dizem eles -, a Estados e ao
Distrito Federal. Eu nunca tinha ouvido falar nessa famosa rubrica de
transferência da Prefeitura de Porto Alegre a Estados e ao Distrito Federal.
Porto Alegre está mandando para Brasília. Eu sabia que Porto Alegre tem muito
dinheiro no sistema financeiro, mas chegar ao ponto de mandar para Brasília! Eu
também não estou entendendo mais nada! Mas eu duvido que alguém consiga
explicar o que acontece com reserva de contingência. Ao mesmo tempo que ele
suplementa a reserva de contingência, ele a usa para outros fins. Mas a reserva
de contigência seria, no total, durante o ano, cerca de 50 milhões de reais. Só
no dia 13 de fevereiro deste ano, com datas do ano anterior, devem ter 25
milhões de reais utilizados na reserva de contigência. É difícil que o Dr.
André Passos, que gosta de freqüentar este Legislativo, este Plenário, e não
tem aparecido, nos explique por que todos esses números.
Mas
o DMLU, o Sr. José Toniolo tem endereço conhecido na Cidade. Vamos tomar
providência, porque a Cidade vai ser muito mais pintada. Saúde e paz! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, na semana passada e também na Comissão
Representativa, eu vim a esta tribuna algumas vezes para colocar a nossa
posição frente à decisão que tomamos de ir ao Judiciário, num primeiro momento,
para que o Sr. Prefeito Municipal exibisse os documentos com os gastos do Fórum
Social. Isso eu fiz no dia 18 do mês de dezembro. Portanto, hoje completam-se
trinta dias desta Ação Cautelar. E eu quero comunicar a esta Casa que, tão logo
eu saia desta tribuna, estarei indo ao Fórum Central protocolar a Ação Popular
- que vem na esteira da Ação Cautelar – que busca o ressarcimento do
administrador público, o Sr. Tarso Genro, pelos gastos feitos com o Fórum
Social sem autorização orçamentária e sem autorização na LDO. Não basta que o
gasto seja justo, ele tem que ser legal. Até 1988, antes da Constituição, os
Orçamentos eram peças de ficção, mas a Constituinte cidadã estabeleceu com
muita clareza o regramento de como o administrador público deve gastar o
dinheiro público. Não posso, Ver. Pedro Américo Leal, admitir que o
administrador público desta Cidade vá à praça pública prestar contas da sua
administração, mas esse mesmo cidadão que vai à praça pública é o cidadão que
não consulta o Orçamento Participativo para saber se um milhão de reais deveria
ser investido no Fórum Social.
Quero
dizer que não somos contra o Fórum. Existem distribuídos na Cidade algumas
centenas de milhares “chamados” de “dinheiro do povo não é gandaia”, onde há
uma posição e uma resposta muito tranqüila, em que o Procurador-Geral do
Município numa atitude, eu diria, rasteira, desqualificada, tenta desviar o
eixo da discussão quando vem para o debate dizendo: “O Vereador é contra o
Fórum; vou comparar o salário do Vereador com um litro de leite”. Não quero
entrar nessa seara, mas se o Procurador acha que um litro de leite para aquele
que está desempregado, fazendo uma comparação com o salário do Vereador, eu
dizia que muito mais caro para o munícipe é o salário do Prefeito que anda na
Europa, na América Latina, no interior do Estado e que não governa esta Cidade
desde que foi eleito Prefeito, neste segundo mandato. Muito mais caro para o
cidadão de Porto Alegre – se é que ele quer entrar nesse jogo – diria que é o
salário do Prefeito que quer ser Governador e que vive num estado de
consciência diário, dizendo para a imprensa todos os dias: “Tenho que ir para o
paço municipal, porque não vou prejudicar...”. Mas na verdade, ele não quer,
não tem mais entusiasmo para ser Prefeito, não tem mais elã para ser Prefeito;
ele quer ser candidato a Governador. Mas ele deveria ter tido a transparência
de dizer isso ao povo de Porto Alegre quando se candidatou à Prefeitura da
Cidade.
Por
isso, Ver. Ervino Besson, vou protocolar, daqui a pouco, uma Ação Popular
endereçada ao Sr. Tarso Fernando Herz Genro, para que ele venha ressarcir os
cofres públicos daquilo que ele gastou sem autorização. E quero dizer que,
ainda no início de março, nós vamos lá tirar a truta do lixo do DMLU, vamos
propor outra ação popular para que o Dr. Darcy Campani, o Dr. Tarso Genro, o
Sr. Olívio Dutra e o Sr. ex-Prefeito Raul Pont devolvam aos cofres públicos
alguns milhões de reais que eles deram a sua parceira de campanha, a empresa
CORES. Eles vão ter de devolver, porque o dinheiro do povo não é gandaia. O
dinheiro do povo é um dinheiro sofrido, um dinheiro duro, um dinheiro que ele
paga com as taxas, com os impostos e que tem de ser gasto com aquilo que diz
respeito à cidadania.
Portanto,
vamos continuar nessa luta, porque o papel de fiscalizar é conquistado pela
cidadania e pelos parlamentos. Por isso, estamos aqui sem raiva, sem ódio,
fazendo aquilo que o povo nos delegou com muita tranqüilidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
venho à tribuna para dizer que o Ver. Sebastião Melo é um diligente
oposicionista. Tenho acompanhado a sua trajetória. Agora, há um temor muito
grande de V. Ex.ª com a candidatura do PT para o Governo do Estado. V. Ex.ª tem
sido muito insistente nisso. Eu não me vou delongar sobre o assunto, porque
seria dar esteira a essa caminhada que V. Ex.ª faz no seu temor. Esse temor, eu
creio que está estampado quando V. Ex.as percebem as possibilidades
dos nossos candidatos como os dos outros em um debate político. V. Ex.ª também
tem, por vezes, usado esta tribuna para falar do Fórum Social Mundial.
Recordo-me
de uma fábula que o Ver. Raul Carrion citava: a fábula do lobo e da ovelha. O
lobo estava na montante da tomada de água, e a ovelha na jusante, ou acima e
abaixo, como queiram os que não entenderem essa terminologia topográfica. O
lobo queria achar uma justificativa para atacar a ovelha e dizia: "Você
está sujando a água que eu bebo”, e a ovelha dizia: “Mas eu não posso estar
sujando a sua água, porque a água está correndo da sua posição para a minha”.
Então, ele teve de trocar de argumento e disse: “Mas o seu parente uma vez
sujou”. Mas que parente? E ele não sabia responder. Portanto, os argumentos que
ele usava eram todos cabíveis e possíveis, mesmo que não tivesse contato com a
realidade para poder fazer a sua política de oposição.
Ver.
Sebastião Melo, embora, com grande eloqüência, V. Ex.ª se diga partícipe do
Orçamento Participativo e o atacou pela imprensa – e vi no Correio do Povo, no em
período que eu estava de licença aqui na Câmara, na semana que fiquei fora -,
V. Ex.ª também fez o mesmo discurso em relação ao Fórum Social Mundial, em cima
da preocupação de que não havia recurso previsto no Orçamento - e consta lá nas
despesas correntes -, V. Ex.ª entrou com uma Ação de Exibição de Documentos.
Recebeu os documentos e agora vai intentar uma Ação Popular - deve fazê-lo -,
mas eu o aconselho a economizar, fazer poupança com o salário de Vereador,
porque essa ação, embora seja em si gratuita, não-onerosa ao proponente, a Ação
principal, que é a que V. Ex.ª está fazendo, a anterior não, lá V. Ex.ª
consignou um valor de 569 reais e que V. Ex.ª sabe que está sendo discutida.
Alerto
o Vereador e todos os que me estão ouvindo para o ainda fato inédito da
sociedade porto-alegrense e para a absoluta estupefação de todos nós: eu estava
ainda no período de minhas férias, quando ouvi dizer que havia um novo pedido
de CPI do DEMHAB. Recordei que sou membro de uma CPI do DEMHAB que suspendeu os
seus trabalhos por causa do recesso e sobre a qual nós ganhamos um Mandado de
Segurança, no mérito. Eu não sei e até vou me informar depois com a Casa, se
esse Mandado está sub judice, se a
Câmara recorreu, porque há outra instância. Essa foi o Juiz singular que
decidiu, mas já se encerrou o assunto. Estão querendo uma outra CPI, agora com
dois quesitos – eu sei que tem grandes assinaturas do ponto de vista político,
legal e regimental, mas em uma disputa eleitoral. Eu quero dizer, Ver.
Sebastião Melo, que eu estou também ingressando na Casa com um Requerimento
para saber quanto custou para os cofres públicos municipais a Ação da CPI
primeira, aquela que ainda está vigendo, porque não foi promulgada pela Mesa a
decisão sobre o que aconteceu com aquela CPI, se ela foi arquivada ou não; o
Processo está em aberto. Eu estou fazendo um Requerimento para saber quanto se
gastou em jetons, em horas extras, em papéis para fazer cópias, em horas de
funcionários dentro desta Casa; para saber quanto custou ao erário público, aos
cofres da Câmara de Porto Alegre uma CPI que não redundou em nada até agora a
não ser numa absoluta ilegalidade que foi conduzida por decisão de juízo singular.
V. Ex.ª, a quem respeito muito, tem, inclusive, responsabilidade primeira,
primária, original, porque foi o autor do pedido para suspender e criou a tese
que era possível suspender a CPI por um prazo. Parece-me que teremos que
verificar neste caso quem vai responder por esse custo da Câmara. Creio que
isso está na ordem de uns 800 a 1 milhão de reais, segundo uma estimativa que
foi feita aqui. Não sei. Eu não sei dizer isso e não vou me atrever. Vou fazer
um Requerimento, Ver. João Antônio Dib, e gostaria que o subscrevesse comigo,
porque eu vou fazer esse Requerimento para saber e depois vou verificar qual é
a conduta que nós temos que usar aqui.
Agora,
falar do Prefeito porque ele viaja, para colocar o nome da nossa Cidade nos
primeiros monumentos do mundo a respeito da sua capacidade de representação e
capacidade de interlocução é menosprezar a inteligência dos porto-alegrenses e
desta Câmara que quer ver a cidade de Porto Alegre como uma cidade de
reconhecimento internacional como foi o caso do Fórum Social Mundial. Muito
obrigado pelo tempo, Sr. Presidente e voltarei a este assunto na próxima
reunião. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Passamos às
COMUNICAÇÕES
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as
Vereadoras, eu queria saudar a todos, mas eu não poderia deixar, depois do
recesso, nesta 2.ª Sessão Ordinária desta Casa, de me pronunciar aqui nesta
tribuna a respeito da Comissão Externa que este Vereador protocolou nesta Casa,
na sexta-feira, a respeito dos acontecimentos do carnaval. Lamento que a Ver.ª
Maristela Maffei, que se pronunciou há pouco, não se encontra no Plenário neste
momento. Mas este Vereador também ficou satisfeito depois de uma entrevista que
ouviu numa rádio da nossa Cidade, da Secretária de Cultura, Margarete Moraes,
na qual, de pronto, ela concordou com a constituição de uma Comissão Externa
para esclarecer toda a baderna que houve no carnaval. E não temos dúvida de que
essa Comissão irá esclarecer muitas irregularidades que aconteceram nesse
carnaval, e os responsáveis terão de responder por isso; no mínimo terão de
responder por tudo o que aconteceu no carnaval aqui de Porto Alegre. Caso
contrário, mais uma vez, o nosso povo será o grande prejudicado: compra os seus
ingressos, às vezes com muita dificuldade, e não consegue assistir ao
espetáculo.
Nesse
ano que passou, falou-se muito em pista de eventos. Vários locais foram
visitados, inclusive por diversos Vereadores e Vereadoras desta Casa, mas em
nenhum deles houve a unanimidade e a concordância com o local escolhido entre a
comunidade, Orçamento Participativo, escolas e Prefeitura Municipal. Portanto,
é extremamente difícil que encontremos um local onde haja unanimidade na
escolha. Como sugestão, Sr.ª Presidenta Helena Bonumá, quem sabe esta Cidade, a
Câmara Municipal, entidades que compõem as escolas de samba, Prefeitura
Municipal, sigamos o exemplo do Rio de Janeiro, de Leonel de Moura Brizola. No início,
quando houve toda aquela discussão para a escolha do local, havia uma polêmica,
como está acontecendo em Porto Alegre. O que fez Brizola? Escolheu um grupo,
decidiu o local, dentro de meio ano foi construído o sambódromo, e hoje todo o
Brasil, todo o mundo está assistindo a belas apresentações no Rio de Janeiro,
sem essa problemática toda que está acontecendo aqui em Porto Alegre.
Há
poucos dias a cidade de Porto Alegre sediou o Fórum Social Mundial. Eu não sou
contra o Fórum, Ver. Dr. Goulart. Só que se discutiu a problemática do mundo,
os problemas que o mundo está sofrendo. Mas, se a Prefeitura não consegue
resolver o problema do carnaval, vai resolver o problema mundial? É uma
pergunta que fica no ar aos telespectadores que nos assistem através da TV
Câmara, canal 16. Que façam os seus julgamentos e considerações.
Há
pouco tivemos uma grande homenagem à Rádio Gaúcha, com belos pronunciamentos.
Queremos saudar aqui a nossa Rádio Gaúcha pelos seus 75 anos. Em seu
pronunciamento o Presidente da RBS, Nelson Sirotsky Sobrinho destacou, Ver. Dr.
Goulart, que vários países do mundo assistiram ao espetáculo do nosso Carnaval,
só que, lamentavelmente, também o lado ruim da coisa, Sr.ª Presidenta. Vários
países do mundo tiveram a oportunidade de ver, tristemente sou obrigado a dizer
isto desta tribuna, o lamentável acontecimento que houve com o carnaval da
cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h17min.)
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